Inteligência artificial ganha capacidade de “imaginar” o mundo ao seu redor
Apesar dos avanços das redes neurais profundas e de sistemas de inteligência artificial (IA) altamente treinados, os algoritmos são incapazes de lidar com informações subjetivas implantadas em bancos de dados complexos e que vão além do raciocínio lógico e de cálculos baseados em estatísticas de erro e acerto.
“Fomos inspirados pelas capacidades de generalização visual para tentar simular a imaginação humana em máquinas. Os humanos podem separar seu conhecimento aprendido por atributos — por exemplo, forma, pose, posição, cor — e então recombinar para imaginar um novo objeto”, explica o aluno de ciência da computação Yunhao Ge, autor principal do estudo.
Desemaranhamento
Os sistemas mais usados de IA para gerar imagens utilizam recursos de amostra para treinar os algoritmos sem levar em conta os atributos dos objetos. Essas redes neurais são capazes de replicar formas, mas não conseguem combinar elementos para criar exemplos novos que não foram vistos anteriormente.
Com esse novo estudo, os pesquisadores utilizaram um conceito conhecido como desemaranhamento, capaz de gerar falsificações profundas como os sistemas de Deepfake, que copiam os movimentos e alteram a identidade de um rosto, substituindo a fisionomia original por outra completamente diferente
“Nossa abordagem tem o mesmo princípio. Ela pega um grupo de imagens de amostra — em vez de uma amostra por vez, como fazem os algoritmos tradicionais — e analisa a similaridade entre elas para alcançar algo novo. Isso cria o que chamamos de aprendizado desemaranhado de representação controlável”, acrescenta Yunhao Ge.
Usando essa técnica, a equipe de cientistas da USC conseguiu gerar um novo conjunto de dados com 1,56 milhão de imagens diferentes, recombinadas a partir de outras figuras que estavam armazenadas no algoritmo, mas que não existiam fisicamente e foram “imaginadas” pela IA.
Imagine o futuro
A capacidade de imaginar pode dar aos computadores habilidades para tornar os sistemas de IA mais justos, removendo da equação de julgamento fatores sensíveis como raça, crença e preconceitos relacionados ao gênero ou orientação sexual de uma pessoa. Essa tecnologia também poderia ajudar a criar carros autônomos mais seguros, capazes de “imaginar” e evitar cenários perigosos não previstos durante sua programação.
“O aprendizado profundo já demonstrou desempenho insuperável, mas muitas vezes isso aconteceu por meio de um mimetismo superficial e sem a compreensão dos atributos que tornam cada objeto único. Pela primeira vez, temos um novo senso de imaginação nos sistemas IA”, celebra Yunhao Ge.
origem: https://canaltech.com.br/inteligencia-artificial/inteligencia-artificial-ganha-capacidade-de-imaginar-o-mundo-ao-seu-redor-189778/
Sirlei Madruga de Oliveira
Editora do Guia do CFTV
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