Um artigo publicado na revista científica chinesa Acta Optica Sinica indica que a China quer levar a sua Skynet, nome do seu sistema de vigilância, para a Lua. O país quer criar uma estação no satélite natural e as câmeras monitorarão a área do lugar. O estudo é assinado pela Agência Espacial Nacional da China (CNSA), Academia de Chinesa de Ciências, Universidade de Zhejiang e a estatal Corporação de Ciência e Tecnologia da China (CASC).
As instituições autoras do artigo estão envolvidas no programa de exploração lunar da China. Na atual corrida espacial, o país asiático e os Estados Unidos disputam a primeira estação permanente no nosso satélite natural. Naturalmente, a CSA precisará monitorar os taikonautas (apelido dos astronautas chineses) na futura colônia — principalmente por segurança.
Artigo fala de investigar anomalias estruturais
Como explica o South China Morning Post (SCMP), o estudo fala em monitorar “anomalias” na estrutura lunar. Calma, isso não quer dizer que os chineses querem vigiar possíveis alienígenas. A Lua é regularmente atingida por meteoros, meteoritos e radiação espacial. Isso pode prejudicar o funcionamento dos instrumentos da futura estação. Logo, ter uma rede de câmeras espalhadas na área da colônia (com área prevista de 6 km²) auxiliaria na investigação da causa de possíveis problemas.
Outro ponto para levar a Skynet ao espaço tem a ver com o monitoramento das atividades e a segurança dos astronautas, tal qual ocorre na Estação Espacial Internacional (ISS). Por exemplo, se um profissional passa mal em módulo ou em uma caminhada lunar, a estação terrestre pode orientar o resto da equipe a resgatá-lo.
O nome Skynet, por sinal, não tem nada a ver com a franquia cinematográfica. Os chineses têm um provérbio que fala de uma rede no céu com um amplo trançado que impediria a entrada de qualquer coisa. Seria um indicativo de que a justiça é onipresente. Algo como o nosso “tarda, mas não falha”.
Medo de sabotagem?
Tanto a China quanto os Estados Unidos querem criar estações no polo sul da Lua porque este é o melhor lugar para manter comunicação constante e ainda pode conter gelo. É natural que isso levante a ideia de que um país poderia tentar sabotar a estação do outro. Contudo, isso é custoso e arriscado (mesmo sem câmeras de vigilância).
Ainda que as estações fiquem próximas num futuro talvez distante, levar um veículo não tripulado ou um astronauta em caminhada lunar para prejudicar a estação rival é desperdício de recursos e arrisca vida de um profissional altamente qualificado.
Entre os objetivos dessas estações, além da pesquisa da própria Lua, está servir de entrepostos para futuras viagens a Marte — que não devem deixar tempo livre para astronautas e taikonautas ficarem jogando pedra na janela um dos outros.
João Marcelo de Assis Peres
joao.marcelo@guiadocftv.com.br
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