Os times de pesquisa da NIMS, Seagate Technology e da Universidade de Tohoku realizaram uma demonstração da viabilidade da tecnologia de gravação HAMR (Heat-Assisted Magnetic Recording) em mídia granular de duas camadas.
A promessa é que o HAMR auxilie no acréscimo da densidade de área e capacidade do HDD ao menos em duas vezes em comparação aos padrões atuais – com gravação em PMR. As mídias HDD de camada dupla, que gravam dados de forma empilhada, também é promissora por dobrar a capacidade dos HAMR atuais.
Apesar do conceito de gravação magnética multi-níveis para HDs existir há algum tempo, sua aplicação prática não era possível pela ausência de mídia compatível que pudesse armazenar dados em vários níveis. E é neste aspecto que os pesquisadores da Seagate, NIMS e da Universidade de Tohoku investiram na demonstração.
O projeto em conjunto da Seagate
Eles criaram um novo tipo de mídia granular, composta de duas FePt-C nanogranulares separadas por uma camada Ru-C em estrutura de cristal cúbico. Com isto, é possível a gravação magnética separada em cada camada do HDD, através de diferentes campos magnéticos e temperaturas utilizadas.
A equipe ajustou o laser e os campos magnéticos durante o processo de escrita, fazendo com que as duas camadas FePT pudessem ser gravadas de forma independente e potencialmente dobrando a densidade da área e capacidade do dispositivo – sem fazer mudanças significativas no material da camada magnética.
Como resultado dos testes, os pesquisadores da Seagate, NIMS e da Universidade de Tohoku revelaram que as medições magnéticas e simulações feitas da gravação HAMR apontam que uma mídia pode dar suporte até a três níveis – podendo alcançar até quatro níveis de gravação em determinados casos.
O material dos HDDs
Os HDDs baseados em HAMR comuns usam pratos de vidro, cobertos com um filme magnético – como é o caso dos FePt (feito de liga de platina de ferro). Eles podem ser gravados quando o filme é aquecido com laser para a temperatura Curie e a sua propriedade magnética é reduzida.
As mídias granulares de duas camadas feitas pela Seagate e pelos demais pesquisadores consiste em dois filmes sendo gravados com diferentes temperaturas Curie e anisotropias magnetocristalinas. De acordo com a pesquisa, ela pode habilitar densidade de gravação de até 10 Tbit/in^2 – trazendo até 10 pratos de HDDs com 120 TB de capacidade até 2030.
Tecnologia que ainda deve levar um tempo
Como é visto acima, apesar dos avanços, isso não significa que a Seagate ou qualquer outro fabricante começará a trabalhar nesta tecnologia de forma imediata.
Os estudos apontam como o processo é feito em laboratório, mas executá-lo em escala industrial para grandes produções demanda tempo e investimentos – que vão desde a produção das mídias granulares até a compra de máquinas que possam realizar este tipo de gravação. Ou seja, não espere para ver estes HDDs no mercado tão cedo.
João Marcelo de Assis Peres
joao.marcelo@guiadocftv.com.br
GuiadoCFTV
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