A proteção divina não está sendo suficiente em igrejas da Grande Porto Alegre. Mesmo com poucos recursos, religiosos estão tendo de investir em segurança, instalando alarmes e colocando vigilância 24 horas, para evitar furtos e roubos em suas paróquias.
A Arquidiocese de Porto Alegre (responsável por 61 cidades da Região Metropolitana e, na Capital, por 83 paróquias) e a Polícia Civil não têm levantamento sobre o número de ataques contra igrejas. Medidas para conter esse tipo de crime já estão, informalmente, sendo debatidas na Cúria Metropolitana.
– A gente sabe que os ataques têm acontecido. Sem dúvida nos preocupa, mas não temos um levantamento sobre isso – diz o administrador da Arquidiocese de Porto Alegre, padre Luís Ledur.
Há um ano e meio, as portas principais da Paróquia Nossa Senhora da Misericórdia, no bairro Restinga, só são abertas em horários de missa. Quem quiser visitar a igreja em outros horários precisa entrar por uma porta lateral.
– Retiramos as caixinhas onde as pessoas colocam dinheiro porque eram sempre furtadas. Sofremos dois furtos por semana – disse o administrador, Hallos Alfama.
Também ficaram restritas ao horário das missas a colocação dos tapetes e das lâmpadas que iluminam as imagens no altar.
Outros casos
• Para garantir a segurança dos fiéis que freqüentam a Paróquia Nossa Senhora das Graças, no bairro Tristeza, zona sul da Capital, o padre Jaime José Caspary colocou vigias no local. Dois homens uniformizados se revezam durante 24 horas. A medida foi adotada depois que três criminosos assaltaram a igreja, em 11 de fevereiro. O ataque aconteceu após uma missa, quando sete pessoas, incluindo o padre Jaime, estavam na secretaria. O trio roubou o dízimo.
• Na Paróquia Nossa Senhora Medianeira, bairro Medianeira, em Porto Alegre, câmeras de vigilância auxiliam no monitoramento dentro e fora do prédio. O padre Querino José Ludwig calcula ter gasto, desde o início do ano, cerca de R$ 5 mil em grades e alarmes.
• Um mês depois da última invasão, vestígios da ação de ladrões permanecem na Paróquia São Francisco de Assis, no bairro Santana, em Porto Alegre. A cinco metros do chão, um vitral foi quebrado, e uma blusa, possivelmente do ladrão, continua pendurada. Não se sabe se o local foi usado para entrar na igreja ou para a fuga do criminoso.
Fonte: www.clicrbs.com.br
Marcelo Peres
Editor do Guia do CFTV
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