Novo equipamento coloca uma marca oval no rosto das pessoas filmadas.
Iniciativa utiliza marcadores nas pessoas e pode ser retirada em caso de investigação.
Presentes na maior parte dos lugares públicos, um dos grandes problemas das câmeras de segurança é a invasão da privacidade dos passantes que têm seus rostos e atos gravados. Por isso, pesquisadores nos Estados Unidos desenvolveram uma câmera que cobre com uma marca oval as faces das pessoas que aparecem nos vídeos de segurança. De acordo com a publicação “Technology Review”, o equipamento ainda está em fase de pesquisa, mas poderá ser utilizado para aplicações de segurança do dia-a-dia, permitindo que a marca utilizada para proteger a privacidade seja retirada se necessário para uma investigação.
“As câmeras estão aqui para ficar, e não há como evitá-las”, diz Ken Goldberg, cientista da computação da Universidade da Califórnia em Berkeley. “Vamos desenvolver uma tecnologia para torná-las menos invasivas.”
Atualmente, a câmera só pode obscurecer as faces de pessoas que estão vestindo um marcador, na forma de um chapéu amarelo ou uma vestimenta verde. Os pesquisadores utilizam uma abordagem de classificação estatística para levar ao treinamento do sistema, identificando a marca em ambientes com um baixo grau de poluição visual. Essa classificação está combinada com um sistema de rastreamento, que leva em conta a velocidade dos sujeitos.
Em testes, a câmera identificou corretamente pessoas com os marcadores 93% das vezes. Em condições de luz mais uniformes, a taxa de sucesso foi de 96%, mesmo com dois padrões de marcas individuais. Em áreas com muito monitoramento, esses marcadores poderiam estar disponíveis para aqueles que queiram manter sua privacidade.
Para Kevin Bankston, advogado de São Francisco, “qualquer medida tecnológica que possa ser tomada para diminuir a invasão de privacidade é algo bom”. Segundo ele, as leis que dizem respeito a vídeos de segurança em espaços públicos ao redor do mundo oferecem pouca proteção para aqueles preocupados com sua privacidade. Em alguns casos, gravações dessas câmeras foram colocadas na internet. A questão principal é o desconforto causado ao saber que alguém pode estar observando.
Mas mesmo se esses sistemas que protegem a privacidade forem colocados em uso, haveria um grande debate sobre o que seria necessário para tirar a proteção fornecida pelo sistema. Christopher Slobogin, professor de direito na Universidade da Flórida, não acha que o governo deve ter que demonstrar uma razão para poder descobrir a identidade de uma pessoa. “Um comportamento suspeito deve ser suficiente”, afirma.
Origem: http://g1.globo.com/Noticias/Tecnologia/0,,MUL30301-6174,00.html
Marcelo Peres
Editor do Guia do CFTV
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