Projeto, batizado de Sistema de Videomonitoramento da Capital, custou mais de R$ 6 milhões ao governo de São Paulo. Até o final do ano, devem ser adquiridas mais 100 câmeras, multiplicando por seis a área de cobertura da Polícia Militar.
O governador de São Paulo, José Serra, inaugurou nesta quarta-feira
(23/07) o Sistema de Videomonitoramento da Capital. A iniciativa da
Polícia Militar visa aumentar o patrulhamento em diversas regiões da
capital paulista, como ruas, avenidas, corredores urbanos e locais de
grande fluxo de pessoas e veículos, com a instalação de 100 câmeras de
monitoramento – 75 delas já em operação e o restante até agosto. “Este
é um passo decisivo para uma nova segurança no Estado de São Paulo. Com
isso economizamos pessoal e fazemos com que os olhos da segurança
penetrem muito mais em toda a cidade”, afirmou Serra durante a
cerimônia de lançamento, realizada no Centro de Operações da PM, na
região da Luz.
Os equipamentos foram espalhados por 16 regiões da cidade, incluindo
ruas de comércio, bairros da periferia e regiões com grande circulação
de pedestres. Os estádios do Morumbi, Pacaembu e Parque Antarctica
também serão monitorados em função da ação de torcidas organizadas. Há
cerca de um ano a PM vinha utilizando de forma compartilhada as imagens
geradas por 40 aparelhos da Guarda Civil Metropolitana, então, ao
distribuir as suas, evitou locais que já tinham cobertura.
Tecnologia
As câmeras, da marca Bosch, têm o recurso de zoom ótico de 36 vezes e
digital de 12 vezes. Isso significa dizer que, se estiver em área
aberta, seu alcance atinge até três quilômetros, com excelente
qualidade. Também possui movimento horizontal de 360 graus e vertical
de 90 graus. Outra vantagem é que os equipamentos não precisam de muita
luz para se obter uma boa imagem: com apenas 0,5 lux (índice de
luminosidade) grava imagens coloridas e com 0,013, em preto e branco. O
software que opera nas câmeras possibilita tirar fotos e gravar
imagens, que ficarão arquivadas durante 15 dias no Centro de
Processamento de Dados da PM. A instalação foi feita pela Motorola.
As imagens serão criptografadas e transmitidas por radiofreqüência até
a sala da PM, no centro da capital. Os equipamentos serão usados por um
grupo de policiais que fizeram cursos de operadores, suporte e
administração de sistemas. No entanto, a solução é capaz de funcionar
inclusive na ausência deles, podendo ser programada para identificar
mudanças em quaisquer cenários e disparar alarmes.
Junto da distribuição das câmeras também foi elaborada uma estratégia
de policiamento para obter resposta imediata. Para isto, a Polícia
Militar contará com o apoio do Programa de Policiamento ROCAM e do
Rádio Patrulhamento. Caso haja a visualização de uma ocorrência, o
operador da câmera lança os dados no sistema de informações da PM, que
os remeterá imediatamente ao setor de despacho do COPOM (Centro de
Operações da Polícia Militar). Ao receber a informação, o COPOM poderá
encaminhar uma viatura ao local, efetuando um atendimento imediato.
Atualmente, o sistema conta com um time de 73 operadores trabalhando em
turnos, cobrindo 24 horas por dia, sete dias por semana.
Investimento
O projeto de videomonitoramento foi anunciado dia 4 de junho deste ano
pelo secretário Estadual da Segurança Pública, Ronaldo Marzagão, em
audiência pública na Comissão de Segurança Pública da Câmara dos
Deputados, em Brasília. O sistema começou a funcionar em fevereiro
deste ano no sambódromo durante o Carnaval quando foram instaladas
quatro câmeras. A instalação dos demais aparelhos começou em julho e
custou mais de R$ 6 milhões ao governo de São Paulo, sendo R$ 2,4
milhões na compra de equipamentos e instalações e R$ 3,6 milhões no
custeio de treinamento e materiais. Para o primeiro ano, consta do
contrato de compra a manutenção preventiva e corretiva dos equipamentos.
Na capital, o Governo do Estado pretende ampliar o programa ainda neste
semestre, com a aquisição de mais 100 câmeras. Com elas, a área de
cobertura da PM será multiplicada por seis. O custo estimado de
implantação desse novo lote é de R$ 5 milhões e os pontos de
monitoramento já foram escolhidos pelo comando da PM. Há ainda a
previsão da aquisição de outras 30 câmeras para Aparecida e mais 30
para Campos do Jordão, no Vale do Paraíba (SP), totalizando 260
equipamentos. Atualmente, somente a PM paulista participa do Sistema de
Videomonitoramento da Capital, mas as imagens geradas poderão ser
usadas por outros órgãos como a prefeitura, a Guarda Civil Municipal e
a CET.
Obstáculo
Durante a cerimônia, José Serra afirmou que o governo pretende fazer
uma padronização e enviar a todos os prefeitos das cidades do Estado os
requisitos para que seja possível fazer a integração com o sistema da
PM. O problema é que muitas prefeituras paulistas instalaram sistemas
analógicos, incompatíveis com o modelo adotado pela capital. Já outras
partiram para modelos próprios, muitas vezes em parceria com a
iniciativa privada. A principal crítica feita nestes casos ao projeto
do governo estadual é que os custos são muito elevados e incompatíveis
com o orçamento de diversos municípios.
Origem: IPNews
Marcelo Peres
Editor do Guia do CFTV
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