LOS ANGELES, EUA (AFP) — Dois vídeos de câmeras de segurança
posicionadas em salas de atendimento de hospitais dos Estados Unidos
mostram como duas pacientes morreram após terem sido ignoradas durante
horas pelos funcionários, divulgou nesta quarta-feira a imprensa local.
duas mortes ocorreram em hospitais de Los Angeles e Nova York e
suscitaram até o momento demissões, abertura de processos e, em um dos
casos, provocou o fechamento do estabelecimento por reincidência,
indicou a imprensa.
No caso de Los Angeles (Califórnia, oeste),
uma câmera mostrou Edith Isabel Rodríguez contorcendo-se de dor na sala
de emergência do Hospital Martin Luther King Jr-Harbor enquanto os
funcionários passavam ao seu lado, ignorando-a. Em um determinado
momento um faxineiro limpa o chão muito próximo de seu corpo.
As
imagens foram registradas em maio de 2007 e enviadas anonimamente esta
semana ao jornal Los Angeles Times, que exibiu o vídeo em seu site
nesta quarta-feira.
Também foi divulgada a gravação de um
telefonema angustiado para o número de emergência 911 por parte do
noivo de Rodríguez no qual implorava por ajuda.
O condado de Los
Angeles se negou a fornecer essa gravação à família da mulher, alegando
que continha informações "confidenciais, oficiais", denunciou o diário.
O caso provocou três ações judiciais e levou ao fechamento desse hospital no ano passado.
No
caso de Nova York (nordeste), uma câmera de vigilância mostrou uma
mulher negra sofrendo um colapso, que levou a sua morte minutos depois
na sala de espera do Hospital Kings County no Brooklyn ante a aparente
indiferença de outros pacientes e dos seguranças.
A mulher morta,
Esmin Green, aguardou atendimento na sala de emergência psiquiátrica
por cerca de 24 horas quando caiu desfalecida no dia 19 de junho.
Mais de uma hora depois um membro da equipe médica tentou despertar Green tocando-a com o pé.
Os
dois casos, que envolvem uma hispânica e uma afro-americana, foram
condenados pelos advogados das pacientes e por especialistas do sistema
de saúde.
Michael Shapiro, especialista em bioética da
Universidade do Sul da Califórnia, disse que esses incidentes ocorrem
"com mais freqüência do que pensamos". E concluiu: "Acho que isso
reflete deficiências no caráter humano".
Origem: Google News
Marcelo Peres
Editor do Guia do CFTV
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