A instalação de câmeras para videomonitoramento na área próxima ao
cruzamento das avenidas João Naves de Ávila e Cesário Alvim, desde o
início de julho, mudou a rotina das travestis que se prostituem na
região central. Elas afirmam que o “olhar eletrônico” afugentou os
clientes, principalmente os casados.
As travestis continuam
fazendo ponto no cruzamento, mas tornaram mais discreta a abordagem aos
clientes, tentando escapar do zoom das câmeras que flagram,
ininterruptamente e em alta definição, o movimento na região. “A gente
dá um toque, vai para a rua de baixo”, disse a travesti Cristina. “Falo
para eles pararem no beco, lá não tem problema”, afirmou Raquel,
referindo-se à área das ruas Agenor Paes, José Camin, Resende e a
travessa Cascalho Rico.
Os clientes preferem não parar o carro
nas proximidades da câmera e pedem que a travesti siga para outra rua.
Nos becos próximos à João Naves, longe das câmeras, a travesti Cristina
diz que seus clientes ficam intimidados, mas que, para elas, não há
problemas. “Não faço nada errado, não tenho por que ter medo.”
Líder
informal do grupo, Pamela estima que haja cerca de 90 travestis
trabalhando nas ruas de Uberlândia. “Conheço todas. Sempre ajudo,
quando alguma adoece sou eu quem leva ao médico”, afirmou. Ela diz que
o videomonitoramento atrapalha os negócios de muitas colegas, mas não o
dela, que também faz ponto na região da avenida João Naves. “Mudou
bastante depois das câmeras, a maioria dos clientes tem medo. O
movimento caiu uns 50%. Para mim até que não, porque trabalho há mais
de 20 anos e atendo gente importante, vereador, deputado.”
A
Polícia Militar confirma que há migração das travestis para áreas
distantes do alcance das câmeras. Moradores das ruas nas imediações da
João Naves também confirmam o aumento recente no movimento de veículos
no início da madrugada. “Só pára carrão”, disse um morador, que
preferiu não ser identificado.
Origem: http://www.correiodeuberlandia.com.br/
Marcelo Peres
Editor do Guia do CFTV
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