Um novo site que será lançado em novembro na Grã-Bretanha permitirá aos
internautas monitorar imagens de câmeras de circuito fechado de TV,
usadas em sistemas de vigilância.
O site Internet Eyes ("Olhos da Internet", em tradução livre),
oferecerá prêmios em dinheiro de até mil libras (cerca de R$ 2,8 mil)
para quem, por meio das câmeras, conseguir flagrar crimes sendo
cometidos.
quatro câmeras a partir de seu próprio computador, 24 horas por dia.
Se perceber algo suspeito, o internauta poderá enviar notificações, que
serão então mandadas por mensagem de texto com a imagem aos celulares
dos donos das câmeras.
Os usuários receberão então pontos pelas imagens suspeita e pelos
crimes detectados, que poderão então ser trocados por dinheiro.
Segundo o site, o sistema poderá ajudar lojas a reduzir furtos, além de
ajudar a detectar crimes de vandalismo, roubos e comportamentos
antissociais.
Os donos das câmeras, como empresas, prefeituras e até mesmo a polícia,
poderão contratar o serviço por uma taxa semanal equivalente a R$ 50.
4,2 milhões de câmeras
"Isso não é um jogo, é algo dissuasivo. Quando as pessoas virem o sinal
de que o Internet Eyes patrulha uma câmera, saberão que alguém estará
assistindo", disse à BBC Brasil o criador do site, Tony Morgan.
"Atualmente, as pessoas ignoram as câmeras."
Segundo ele, os usuários receberão imagens de quatro câmeras de locais diferentes, e não saberão onde elas são localizadas.
A Grã-Bretanha é um dos países com o maior número de câmeras de
circuito fechado do mundo. Entretanto, a enorme maioria delas não é
monitorada constantemente.
"As câmeras já estão lá. O que estamos fazendo é assisti-las. E eu acho
que as pessoas estão cansadas de furtos em lojas, crimes nas ruas, e
vandalismo", disse Morgan.
"Existem cerca de 4,2 milhões de câmeras de circuito fechado de TV na Grã-Bretanha", diz o site.
"Pelo menos 90% delas não estão sendo monitoradas a qualquer momento.
Nós somos filmados em média 300 vezes por dia, mas o crime está
aumentando e os índices de condenação caindo."
Críticas
A ideia gerou críticas de grupos de defesa dos direitos humanos, que
temem que o site possa criar uma nação de bisbilhoteiros e dar margem a
abusos das liberdades civis.
"As liberdades civis geralmente nos protegem dos excessos do Estado,
mas como ficaremos protegidos quando são cidadãos espiando uns aos
outros", disse à BBC Charles Farrier, da organização No CCTV ("Não ao
Circuito Fechado de TV", em tradução livre).
"Essa é uma companhia privada usando o sistema, usando câmeras privadas
e cidadãos privados assistindo essas imagens. Em outras palavras, o que
estamos observando aqui é a privatização do Estado de vigilância",
disse.
Morgan rebateu as críticas.
"As pessoas não têm que assistir, só assistirão se quiserem. Se elas
quiserem assistir o programa Big Brother depois que todos foram dormir,
irão assistir", disse.
"E se você está cansado dos índices de criminalidade aumentando, está
cansado de pagar mais por suas compras do que precisa porque há cerca
de 10% de perdas por atividades criminosas, por que não deveria delatar
isso?"
Origem: BBC
Marcelo Peres
Editor do Guia do CFTV
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