Para entrar em vigor, a proposta ainda precisa passar por uma segunda votação na Câmara e depois ser sancionada pelo prefeito.
Os vereadores de Curitiba aprovaram nesta terça-feira (9) o projeto que obriga as agências bancárias da cidade a instalar leitores de impressão digital junto as portas giratórias. Pela proposta, a entrada dos clientes somente será liberada após a identificação. "O projeto foi feito pensando na segurança da população e dos funcionários", disse o autor da proposta, o vereador Mário Celso Cunha (PSB).
Para entrar em vigor, a proposta ainda precisa passar por uma segunda votação, marcada para esta quarta-feira (10) e depois ser sancionada pelo prefeito Luciano Ducci (PSB). A ideia, segundo o autor, é inibir a ação de assaltantes e o crime conhecido como "saidinha de banco", onde os bandidos abordam os clientes que saem das agências depois de sacar dinheiro.
Os bancos terão 120 dias, a partir da sanção do prefeito, para se adequarem às novas exigências. O não cumprimento acarretará multa de R$ 800 e, se houver reincidência, será cobrado o dobro desse valor. O delegado Luiz Carlos de Oliveira, que já foi chefe da Delegacia de Furtos e Roubos de Curitiba, foi quem sugeriu a instalação dos equipamentos.
Ele acompanhou a votação e disse que a proposta tem "fundamental importância" para ajudar a polícia a identificar possíveis assaltantes. "Vai trazer dificuldades para o marginal" opinou.
Segundo os elaboradores da lei, não será feito nenhum banco de dados dos clientes, mas apenas a gravação de imagem, que já é feita, que poderá ser cruzada com as impressões digitais caso haja alguma ocorrência. "Desestimularia o marginal, mas se acontecer algum furto ou roubo ou se a pessoa for seguida quando estiver dentro da agência seria fácil identificar o suspeito", disse o delegado.
O secretário de Imprensa do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região Metropolitana, Eustáquio Moreira, disse que qualquer iniciativa que vise à segurança de clientes e funcionários de bancos é boa. No entanto, questionou a eficácia do sistema. "O município não tem condições de fiscalizar as diversas leis", afirmou. "Parece ser mais uma daquelas que não serão cumpridas", disse. Além disso, ele considerou que a aplicação de multa para o banco "beira à inocência". "É uma lei meio simplista, meio populista", acrescentou. Até as 17 horas de hoje, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) não tinha se posicionado sobre o tema.
Outras medidas
Outros três projetos já foram aprovados na Câmara Municipal de Curitiba com o objetivo de coibir a "saidinha de banco". Em outubro, foi sancionada a lei obrigando os bancos a instalar câmeras em suas áreas externas.
Anteriormente, os vereadores aprovaram a lei dos biombos, que obriga os bancos a manterem divisórias entre os caixas e as pessoas que estão na fila, e a lei que proíbe o uso de celulares no interior das agências.