Cúpula que coordena operações no Rio fica dentro de contêiner
No local, comandantes da Policia Militar, Polícia Civil, Marinha, Aeronáutica e Exército trabalham juntos e decidem as ações contra os bandidos.
É em uma sala que fica o centro nervoso da operação de guerra montada pelo governo do Rio de Janeiro contra os traficantes de drogas. De dentro do chamado "centro de gerenciamento da crise", o Fantástico acompanhou os primeiros momentos da ocupação do conjunto de favelas do Alemão, neste sábado (27).
"Daqui, na verdade, é que partem todas as decisões da operação", diz o policial militar Alexandre Leite.
No local, comandantes da Policia Militar, Polícia Civil, Marinha, Aeronáutica e Exército trabalham juntos e decidem as ações lá fora. Eles organizam também o socorro médico aos feridos.
A cúpula de comando fica dentro de um contêiner, montado esta semana no pátio do 16° Batalhão de Polícia Militar, no bairro de Olaria, de cara para o campo de batalha e munido com informações de todo o estado.
"Nós temos que ter uma visão geral do Rio de Janeiro para ver a movimentação dos criminosos. Por isso, temos que coletar todas as informações", explica o comandante da Polícia Militar, Mário Sérgio Duarte.
As informações chegam em tempo real. Câmeras de rua mostram a situação nas redondezas. Telas indicam a localização de cada policial.
"A gente tem monitoramento via GPS de todos os rádios que estão lotados aqui na região. Então aqui a gente vê a movimentação de toda a tropa", diz Alexandre Leite.
Pelo rádio, o comando pode se comunicar com cada homem em campo. As ordens não param: avanço, recuo, reforço, resgates.
"Havendo, por exemplo, uma troca de tiros e um policial ferido, precisamos localizá-lo o mais rápido possível. Como cada rádio tem um identificador, sabemos onde esse equipamento está, em que posição de latitude e longitude. Assim, o helicóptero pode se deslocar para aquele ponto e resgatar o policial", explica Alexandre Leite.
Ao lado do contêiner, fica estacionado o carro de comando do Batalhão de Operações Especiais (Bope). Além de informar a localização de cada policial da tropa de elite, também participa das operações em campo, sem sair do lugar. Câmeras enxergam em detalhes o que acontece a até quatro quilômetros de distância.
"A câmera está sempre um passo à frente e dando maior segurança para eles se deslocarem. Se alguém tentar uma agressão contra a patrulha, a gente pode se antecipar e falar para a patrulha que alguém já está esperando com fuzil, em determinada casa. A casa verde, a sua direita, três ruas à frente, por exemplo", conta o policial do Bope Marcelo Souza.
Cada passo, cada metro de avanço dos carros, obedece às ordens que saem deste pátio.
"O uso dos blindados, dos apetrechos de guerra, são muito importantes, mas a coordenação de tudo isso está aqui", afirma Mário Sérgio Duarte. Ou, em outras palavras: "Total coordenação porque, na hora da guerra, é uma barata voadora", completa.