O Centro Integrado de Segurança Pública (Cisp) chega ao primeiro ano de funcionamento enfrentando um cenário de aumento na violência urbana em Niterói. Num período de 12 meses, registrou um total de 3.292 atendimentos, quando agentes verificam uma ocorrência por meio de câmeras integradas ao centro e acionam os órgãos competentes.
Nesse período, 34,4% dos casos foram de natureza criminal; 37,7%, relacionados ao trânsito; 9,9%, ligados à violação da ordem pública; e 18,4%, de causas diversas.
Por meio do telefone 153, que integra o sistema, desde janeiro deste ano, foram atendidos 4.088 casos. O fato mais emblemático ocorreu com um bebê de quatro meses, salvo por um guarda municipal que orientou a mãe, pelo telefone, a desobstruir as vias respiratórias da criança. Em abril deste ano, as câmeras do Cisp também ajudaram a solucionar o assassinato do aposentado João Bosco, sequestrado e levado por traficantes ao Morro do Viradouro. O equipamento flagrou dois suspeitos abandonando um carro, e um deles foi preso.
Hoje, o Cisp conta com 371 câmeras, e já foram instaladas outras 12 na Ponte Rio-Niterói, que terão dispositivos capazes de fazer a leitura das placas dos veículos. De acordo com a prefeitura, esse sistema permitirá a identificação de carros roubados.
Apesar do cisp, homicídios cresceram
Mesmo com o monitoramento feito pelo Cisp, os principais indicadores de criminalidade não arrefeceram. De agosto de 2015, quando o Cisp foi inaugurado, a junho de 2016, último mês disponibilizado pelo Instituto de Segurança Pública (ISP), aumentou o número dos homicídios e roubos de veículo quando comparado ao período de agosto de 2014 a junho de 2015. Nesses dez meses analisados, houve 108 assassinatos registrados em delegacias de Niterói (76ª DP, 77ª DP, 78ª DP, 79ª DP e 81ª DP). Nos mesmos meses de 2014 para 2015, quando o Cisp ainda não existia, o total foi de 70. Na mesma comparação, os roubos de veículos, indicador mais confiável, devido à baixa notificação, subiram de 1.203 para 1.239, aumento de 2,9%. Os roubos totais, porém, caíram de 5.786 para 5.716, uma variação de 1,2%.
De acordo com o comandante do 12º BPM, coronel Fernando Salema, o Cisp tem agilizado a ação dos policiais militares.
— Nós reconhecemos o 153 como um grande serviço municipal para identificar ocorrências — avalia ele, admitindo que o sistema não foi suficiente para reduzir os índices de violência. — A criminalidade aumentou como um todo no estado. (O combate) não depende só de câmeras, telefone e PM.
Salema afirma que o aumento da violência em Niterói se dá principalmente por conta da “política de desencarceramento”:
— A reincidência está muito grande. Nós prendemos, e eles são logo soltos. Com isso, os marginais vão ficando mais ousados. Prendemos o mesmo criminoso umas cinco vezes por roubo ou tráfico até ele cometer um homicídio.
Quinta-feira, o prefeito Rodrigo Neves e o secretário estadual de Segurança, José Mariano Beltrame, estiveram reunidos. Segundo fontes da PM, o assunto teria sido o fato de a Justiça ter acolhido pedido da prefeitura para que a Secretaria estadual de Segurança apresente um plano emergencial para reforçar a segurança na cidade durante e após a Olimpíada Rio. Uma das medidas é o retorno de 140 PMs e dez viaturas deslocados para o Rio. Salema afirma que, mesmo com 140 PMs do seu batalhão escalados para os Jogos Olímpicos, não houve redução no efetivo. De acordo com ele, foi possível mantê-lo graças à chegada de agentes da Força Nacional, à proibição de férias durante o período e ao pagamento do Regime Adicional de Serviço (RAS) para ampliar o número de policiais nas ruas.
origem: http://oglobo.globo.com/rio/bairros/centro-de-monitoramento-de-niteroi-completa-um-ano-com-3292-atendimentos-19912858
Sirlei Madruga de Oliveira
Editora do Guia do CFTV
sirlei@guiadocftv.com.br
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