A Superintendência de Prevenção e Proteção Universitária (SPPU), em parceria com a Superintendência de Tecnologia da Informação (STI), inaugurou o Centro de Monitoramento Eletrônico da USP, no dia 9 de janeiro.
Instalado provisoriamente na sede da STI, o centro gerencia um sistema de monitoramento composto de 300 câmeras de alta resolução, posicionadas em locais estratégicos da Cidade Universitária, da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) e dos campi do interior, e 20 câmeras do tipo LPR (Reconhecimento de Placas de Veículos), instaladas em portarias do campus da capital.
Segundo o superintendente de Prevenção e Proteção Universitária, José Antonio Visintin, a inauguração do Centro de Monitoramento Eletrônico é resultado de um trabalho que vem sendo desenvolvido desde 2015 – Foto: Marcos Santos/USP Imagens
O Centro de Monitoramento é a conclusão do projeto de segurança da USP, que vem sendo consolidado nos últimos anos com a implantação do policiamento comunitário, em 2015, e com o lançamento do aplicativo Campus USP, em 2016. Segundo o superintendente de Prevenção e Proteção Universitária, José Antonio Visintin, “há mais de 20 anos a USP tentava implantar um sistema de monitoramento como esse, mas esbarrava em entraves burocráticos e no alto custo dos projetos. A solução encontrada foi dividir o projeto em três partes (infraestrutura de conectividade; sensores e câmeras; e infraestrutura de processamento e armazenamento de dados), para reduzir custos e viabilizar sua realização”.
O superintendente de Tecnologia da Informação, João Eduardo Ferreira, explica que “em termos de infraestrutura computacional, tivemos que vencer dois desafios: a integração e a automatização. A integração das câmeras de todos os campi da Universidade foi possível com a instalação de uma nova rede de fibra óptica da USP, composta de um anel de 20 quilômetros e mais 80 quilômetros de ramificações. Além da infovia óptica, reorganizamos 300 câmeras já instaladas na Cidade Universitária, na EACH e nos campi do interior, e disponibilizamos uma infraestrutura computacional para o processamento em tempo real e armazenamento de imagens de três petabytes de dados. Quanto à automatização, nos próximos meses será concluída a implantação de um software inteligente que analisa as imagens geradas pelas câmeras e emite alertas ao detectar comportamentos considerados suspeitos”.
João Eduardo Ferreira fez uma demonstração do trabalho desenvolvido pelos agentes da Guarda Universitária no Centro de Monitoramento que, além de registrar e monitorar as placas de todos os automóveis que passam pelas portarias, também acompanham possíveis ocorrências, denúncias e chamadas de emergência enviadas por meio do aplicativo Campus USP – Foto: Marcos Santos/USP Imagens
Atualmente, o sistema da USP já possibilita o reconhecimento analítico de placas e está integrado com o Detecta, o sistema de monitoramento inteligente da Polícia Militar do Estado de São Paulo. As câmeras LPR instaladas nas portarias identificam e armazenam dados de aproximadamente 100 mil veículos que entram e saem diariamente da Cidade Universitária. As informações geradas são enviadas, em tempo real, ao Detecta.
Os próximos passos do projeto são a ampliação do sistema de monitoramento na Cidade Universitária, com a instalação de mais 250 câmeras, e a implantação dos ambientes de controle de câmeras, com sistemas de reconhecimento de placas e de análise de imagens, em todos os campi da Universidade.
Polícia Comunitária
Na cerimônia de inauguração, o reitor Marco Antonio Zago elogiou o empenho de todos os envolvidos no desenvolvimento do projeto e lembrou que uma das principais bandeiras de sua gestão é a derrubada dos muros que separam a USP da sociedade. “Garantir a segurança das pessoas que circulam aqui também é uma forma de nos integrarmos, de criar pontes com a sociedade, assim como desenvolver projetos de política pública como esse. É a presença da polícia comunitária responsável e atenciosa que está mudando a relação da Universidade com a Polícia Militar. Não há dúvida de que esse projeto será um exemplo para muitas universidades, pois não há mais motivos para termos uma enorme área urbana como esta completamente isolada, sem nenhum policiamento”, afirmou Zago.
A implantação do policiamento comunitário na Cidade Universitária começou em setembro de 2015, quando foi assinado um termo de cooperação entre a USP e a Secretaria de Segurança Pública (SSP). A partir de então, foi instalada uma base comunitária de segurança e reforçada a presença de policiais no campus. A parceria com a Polícia Militar também possibilitou a realização de vários cursos de capacitação e treinamento da Guarda Universitária.
Para o secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Mágino Alves Barbosa, “nós vencemos as barreiras e, hoje, temos um programa que é um exemplo para o resto do País. O preconceito contra a presença da Polícia Militar no campus não é só da Academia, mas é algo que está enraizado na sociedade brasileira. Cabe ao Estado mostrar que a polícia é uma polícia parceira, cidadã, que quer estar junto da comunidade porque tem o mesmo objetivo da comunidade, que é o de contribuir para uma sociedade mais justa, mais igualitária. Nossa parceria com a USP já produziu, ainda sem o uso da tecnologia, uma redução de 12,35% dos roubos; de 60% de roubos de veículos; de 27,31% de furtos e de 21,05% de furtos de veículos, entre os anos de 2016 e 2017, e o mais importante é que não registramos nenhum caso de estupro desde 2015. Essa é uma oportunidade para pensarmos no que é possível realizar quando há uma comunhão de interesses e de esforços, e é isso o que o País precisa”.
A cerimônia de inauguração contou com a presença do reitor Marco Antonio Zago; do secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Mágino Alves Barbosa; e de vários dirigentes e representantes da Polícia Militar – Foto: Marcos Santos/USP Imagens
Origem: USP
Marcelo Peres
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