Fabricantes ainda sim têm papel importante no processo de democratização digital, proporcionando soluções cada vez mais assertivas, variedade de formas de pagamento e preços cada vez mais competitivos.
Um dos assuntos mais debatidos nos últimos anos tem sido, de fato, as perspectivas para a melhora da inclusão digital no Brasil. O tema ganhou mais força nos últimos meses, graças à chegada de novas tecnologias no país, como é o caso do 5G, que hoje está presente somente nas capitais brasileiras.
Mas para que a chamada inclusão digital seja percebida, a internet precisa chegar, efetivamente, em regiões mais distantes do país. De acordo com o gerente técnico da Fibracem, indústria brasileira especializada no setor de comunicação óptica, Sebastião Rezende, hoje os ISPs são os grandes responsáveis por prover e levar o serviço de internet às pessoas que estão nas regiões geográficas mais distantes dos grandes centros.
“Isso coloca os provedores de Internet como os encarregados por uma importante fatia de mercado quando o assunto é distribuição do acesso à internet de qualidade e por fibra óptica no Brasil”, ressalta.
No entanto, alguns desafios ainda são sentidos de perto e por grande parte dos provedores regionais, como é o caso da falta da previsibilidade de investimentos que possibilitam levar a fibra óptica até às localidades mais distantes.
“Essas regiões, que têm poucas residências e, com isso, uma quantidade pequena de possíveis clientes, por exemplo, acabam sendo encaradas pelo ISPs como uma aposta de mercado, uma vez que as grandes operadoras não atuam nestas localidades”, diz. “Ou seja, elas [regiões] ficam a cargo dos provedores de internet”, complementa.
Indústrias como coadjuvantes
As fabricantes que atuam no mercado de telecom, têm sido vistas como coadjuvantes, mas ainda assim com papel crucial para a democratização da internet no Brasil. Para Sebastião, “fatores como facilidade de crédito, variedade de opções nas formas de pagamento e, sobretudo, viabilizando preços competitivos e ajustados à realidade do mercado colaboram, de forma efetiva, para que os provedores de internet gerem fôlego financeiro e mantenham a expectativa de investimento e expansão em infraestrutura, o que é básico para conseguir levar internet para todas as regiões do país”, ressalta o especialista.
Redes Neutras como aliadas
Presenciada nos últimos anos como um dos grandes responsáveis pelo fenômeno exposto como Economia Compartilhada dentro do segmento, a modalidade tem sido enxergada como uma alternativa valiosa para o progresso da comunicação óptica e, consequentemente, para a evolução da inclusão digital no Brasil.
Segundo Sebastião, o conceito básico de rede neutra é simples: um proprietário de uma rede óptica, que passa um cabo de alta capacidade, ou seja, com muitas fibras, por uma região, aluga frações dessa mesma fibra para provedores de internet que não têm infraestrutura própria naquela determinada localização.
“Elas [as redes neutras] podem apresentar diversos benefícios, tanto para o detentor, que acaba gerando renda com uma rede ociosa, quanto para o provedor de internet, que tem a possibilidade de atender a uma nova carteira de clientes em regiões onde o mesmo não possui infraestrutura de rede própria e, com isso, possibilitar o acesso à internet para mais pessoas”, finaliza.
Sebastião Rezende – Gerente Comercial na Fibracem Teleinformática Ltda
origem: Home – Fibracem
Sirlei Madruga de Oliveira
Editora do Guia do CFTV
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