Cientistas desenvolvem molécula que pode conter a disseminação do SARS-CoV-2
Nesta semana, os cientistas da Universidade da Califórnia em San Francisco desenvolveram uma nova abordagem para conter a disseminação do SARS-CoV-2. Acontece que a equipe de pesquisadores projetou uma molécula totalmente sintética e pronta para a produção que impede o vírus de infectar nossas células. Em uma formulação de aerossol que eles testaram, apelidada de “AeroNabs” pelos pesquisadores, as moléculas poderiam ser auto-administradas com um inalador.
A ideia é que esses AeroNabs forneçam a proteção contra o SARS-CoV-2 até que uma vacina esteja disponível. A equipe de pesquisa está em negociação com parceiros comerciais para aumentar a fabricação e os testes clínicos. Se esses testes forem bem-sucedidos, os cientistas pretendem tornar o AeroNabs amplamente disponível como um medicamento.
Embora projetados inteiramente em laboratório, os AeroNabs foram inspirados por nanocorpos, proteínas imunes semelhantes a anticorpos que ocorrem naturalmente em lhamas, camelos e animais relacionados. Desde sua descoberta em um laboratório belga no final dos anos 1980, as propriedades distintas dos nanocorpos têm intrigado cientistas em todo o mundo.
“Embora funcionem de maneira muito semelhante aos anticorpos encontrados no sistema imunológico humano, os nanocorpos oferecem uma série de vantagens exclusivas para uma terapêutica eficaz contra a SARS-CoV-2”, explicou o co-inventor Aashish Manglik, MD, PhD, professor assistente de química farmacêutica que frequentemente emprega nanocorpos como ferramenta em suas pesquisas sobre a estrutura e função das proteínas que enviam e recebem sinais através da membrana celular.
Os nanocorpos são menores do que os anticorpos humanos, o que os torna mais fáceis de manipular e modificar em laboratório. Seu tamanho pequeno e estrutura relativamente simples também os tornam significativamente mais estáveis do que os anticorpos de outros mamíferos. Além disso, ao contrário dos anticorpos humanos, os nanocorpos podem ser produzidos em massa com facilidade e baixo custo.
No entanto, os nanocorpos foram apenas o ponto de partida para o estudo, já que a ideia foi melhorá-los por meio da engenharia de proteínas, o que acabou levando ao desenvolvimento dos AeroNabs.
Em um conjunto final de experimentos, os pesquisadores colocaram os nanocorpos de três partes em uma série de teste, submetendo-os a altas temperaturas, transformando-os em um pó estável e produzindo um aerossol. Cada um desses processos é altamente prejudicial para a maioria das proteínas, mas os cientistas confirmaram que, graças à estabilidade inerente dos nanocorpos, não houve perda de potência antiviral na forma aerossolizada, sugerindo que os AeroNabs são um potente antiviral SARS-CoV-2 que pode ser prático para administrar por meio de um inalador estável ou spray nasal.
origem: Canaltech
Sirlei Madruga de Oliveira
Editora do Guia do CFTV
Avalie esta notícia, mande seus comentários e sugestões. Encontrou alguma informação incorreta ou algum erro no texto?
Importante:
Todos os Conteúdos divulgados decorrem de informações provenientes das fontes aqui indicadas, jamais caberá ao Guia do CFTV qualquer responsabilidade pelo seu conteúdo, veracidade e exatidão. Tudo que é divulgado é de exclusiva responsabilidade do autor e ou fonte redatora.’