Conexão Abese reuniu especialistas da segurança eletrônica e representantes do poder público durante a Exposec Virtual
A 2ª edição do Conexão Abese reuniu especialistas, palestrantes e representantes do poder público para debater o futuro do mercado em temas como segurança pública, rastreamento, inovações tecnológicas para condomínios, LGPD e empreendedorismo durante a 1ª Exposec Virtual 2020 – realizada pela ABESE (Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança) com organização e promoção da Cipa Fiera Milano. O evento encerrou a programação de encontros do setor e abriu as discussões sobre projetos em 2021.
“Após um ano com desafios que não poderiam ser previstos em nenhum planejamento estratégico – o setor reagiu, encontrou novas soluções, desenvolveu novos valores e formas de trabalho e caminha para 2021 com foco na recuperação e no aproveitamento das demandas reprimidas pela pandemia”, afirmou a presidente da ABESE, Selma Migliori, durante o discurso de abertura.
A edição online recebeu a presença do Secretário de Segurança Urbana da Cidade de São Paulo, Cel. Celso Aparecido Monari, que destacou os investimentos da capital em tecnologia, como o projeto City Câmeras. “Iniciamos com 75 câmeras e hoje são mais de 3500 dispositivos integrados à plataforma que pode ser acessada por todas as forças de segurança pública para rastrear ações criminosas. Também implantamos o aplicativo São Paulo Mais Segura que conta com 82 mil usuários que através da tecnologia se tornam colaboradores da segurança urbana”.
Para oficializar o início da 1ª Exposec Digital, a cerimônia também contou com o Secretário Executivo da PMSP, Cel. Álvaro Camilo, que parabenizou o evento e a Abese pelos 25 anos de história, e sublinhou a importância das parcerias com empresas privadas e com a população. “Gostaria de dar o recado que a segurança no estado de São Paulo está muito bem. Todos os indicadores, como furto, roubo, crimes contra o patrimônio, estão em queda. Estamos equiparados às grandes cidades americanas e europeias, e isso se conseguiu com uma parceria muito forte com a população e empresas privadas. A respeito dessas parcerias, é importante o papel da Abese com a interligação de câmeras, inclusive, com o sistema Detecta. Deixo as portas da secretaria abertas aos associados que tiverem soluções importantes para a segurança e que possam ser implementadas em sintonia aos projetos que já temos”, concluiu.
A cerimônia de abertura e o primeiro painel do dia, “Inovação na segurança pública e IoT, contou com a presença do Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marcos Pontes, que ressaltou os avanços trazidos pela Lei de TICs, atualização da Lei de Informática, para os investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) pelas empresas nacionais, além dos avanços na criação de soluções em Internet das Coisas (IoT). Segundo o ministro, a lei, existente desde 1991, tem grande participação na estrutura de pesquisa e desenvolvimento existente no Brasil. “O Ministério funciona como uma ferramenta à disposição de todas as áreas. Eu tenho uma equipe confiável que trabalha ouvindo os setores e é importante para a sociedade ver o retorno dos investimentos das políticas públicas. Eu tenho prazer em ver esses resultados se tornando realidade”, disse.
O evento também recebeu o secretário de Empreendedorismo e Inovação do ministério, Paulo Alvim, que reforçou que a lei permite mais de R$1,5 bilhão por ano em investimentos e gera mais de 130 mil postos de trabalho. “Nosso grande esforço é facilitar a vida das empresas e mitigar os riscos dos investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação. Se hoje a gente tem uma estrutura que conecta as empresas aos Institutos de Ciência e Tecnologia e ao governo, isso se deve à Lei de TICs, antiga Lei de Informática. Se não fosse pela Lei de TICs, o Brasil seria hoje comprador de IoT”, afirmou.
Sobre o tema, a assessora jurídica e contábil da Abese, Patricia Roccato, explicou quais serão os benefícios da lei dos TICs para o empreendedor. “Estamos criando para as empresas mais uma oportunidade de desenvolvimento. Muitos empreendedores não sabem de que forma podem caminhar no mundo da inovação, mas aqui estamos apresentando uma lei que detalha de que forma podemos nos aplicar nesse sentido. No nosso segmento, temos 76% de prestadores de serviço e, dentro desse universo, aqueles com lucro real e com lucro presumido. Serão estes últimos que a lei beneficia, porque terão benefícios de acordo com a região e outros indicadores. Nós estamos aqui para dar esse caminho para que todos possam se planejar de maneira segura”.
O debate do painel mediado pelo Presidente do Programa Nacional de Inovação TERRA2 INOVA, Robson Arantes, também contou com a experiência do representante do programa Caninos Loucos, Herberto Yamamuro, que acrescentou que hoje o Brasil desenvolve tecnologia aberta para que pequenas e médias empresas possam se tornar fabricantes e ter os benefícios da lei das TICs. O objetivo da iniciativa é que os dispositivos proporcionem domínio tecnológico de ponta a ponta.
Além disso, o Ministro Marcos Pontes aproveitou a participação para lembrar dos projetos liderados pelo MCTI para consolidar o ecossistema IoT (Internet das Coisas), como a coordenação das câmaras temáticas: Agro 4.0, Saúde 4.0, Indústria 4.0 e Cidades Inteligentes, que contam com a participação de representantes da Abese. “A câmara sobre Cidades Inteligentes, por exemplo, mostra a necessidade de interligar sistemas para promover a sustentabilidade, mobilidade e também segurança. Para isso, é importante investir em sistemas IoT, Inteligência Artificial e Infraestrutura de Conexão”, comentou Pontes. “Esse trabalho sinérgico resultará em melhor qualidade de vida aos brasileiros e em novas oportunidades para as empresas”, complementou.
Nesse sentido, o diretor do Fórum Brasileiro de IOT, Claudio Violato, celebrou a iniciativa do fórum, que tem como objetivo disseminar o conceito no Brasil, e, atualmente, compartilha informações com mais de 3000 seguidores, além de eventos nacionais e internacionais, discussões sobre o 5G e a realização anual do desafio IoT. “O fórum atua para analisar e incentivar a mobilização brasileira em torno da Internet das Coisas, promovendo o bom uso da tecnologia, baseado na ética e na governança”, finalizou.
Rastreamento em Foco: Tendências para o mercado de rastreamento da área rural até a urbana
O segundo painel do dia trouxe um debate aprofundado sobre uma das tecnologias que vem ganhando espaço na Segurança Eletrônica nos últimos anos, o rastreamento. O debate foi mediado pela Coordenadora do Comitê de Rastreamento da Abese, Renata Vieira, que apresentou um panorama sobre o cenário do mercado atualmente. Entre os painelistas, esteve o Engenheiro de Desenvolvimento e Aplicações da NEWTEC, Ivan Soares; e o Diretor da Onboard Consultoria, Marcos Davi Reis.
“Nós precisamos falar que a tecnologia é utilizada em diversos segmentos para melhorar a gestão de frotas, KM produtivo, para obter trajetos mais rápidos na logística de entregas, ou no agronegócio para auxiliar na tomada de decisão. Nossa missão compartilhar tendências e soluções de rastreamento e telemetria, além de divulgar os resultados do comitê de rastreamento da ABESE que já produziu um manual de boas práticas e desenvolveu o selo de qualidade Abese para o setor”, comentou Renata Vieira.
“Importante falar de tendências nesse momento que o mundo está mudando tanto. A pandemia está impactando o presente e também o que virá lá na frente”, relatou Marcos Davi Reis. Entre os temas abordados pela discussão, destaca-se o transporte de passageiros urbanos e viários que sofreu muito com a paralisação da frota e, no momento, busca por melhores ferramentas de gestão de condução, gestão de combustível e de manutenção.
“O transporte de passageiros foi um dos mais afetados pela pandemia, é o setor que está tendo mais trabalho para se recuperar e, por isso, esse é o momento de ajudar as empresas para as empresas de transporte através da tecnologia. O rastreamento e telemetria podem auxiliar na economia e efetividade do mercado de passageiros. Para isso, eu apostaria em produtos que trazem melhorias e economia para o mercado de passageiros. Eu colocaria o foco nas soluções de aumento de eficiência que é o que as empresas precisam agora”, complementa Marcos Davi Reis.