Vídeo quintuplicará tráfego IP global até 2011, diz Cisco
Estimativas
da empresa apontam que volume chegará a cerca de 30 mil petabytes
mensais. Equipamentos de rede ganharão novas funcionalidades.
Entre 2007 e 2011, o tráfego IP global vai quintuplicar,
atingindo aproximadamente 30 mil petabytes mensais em 2011, segundo
estimativas da Cisco. A taxa de crescimento anual vai ser de 46% entre
os anos de 2006 e 2011.
A popularização do download e da troca de arquivos de vídeo é o
principal responsável por esse brutal crescimento, que exigirá das
empresas uma ampliação da capacidade de suas redes. “Estamos entrando
na era do hexabyte”, afirma Pedro Ripper, presidente da Cisco Brasil.
A Cisco também aponta que o tráfego global de internet residencial
chegará a 12 milhões de petabytes por mês em 2011. Vídeo representará
30% do total, mais de três vezes os 9% registrados em 2006. "Vídeo hoje
já gera mais tráfego do que todo o backbone dos Estados Unidos no ano
2000", compara Ripper. O executivo diz que as grandes operadoras estão
preparando suas redes para essas mudanças, provocadas, principalmente,
por transformações na forma como as pessoas consomem conteúdo pela
rede. "Em um período pequeno, o tráfego nas redes vai aumentar dez
vezes".
A internet tornou-se um meio de distribuição de vídeos, que, cada
vez mais, deixam de ser caseiros e passam a ser programas em alta
definição, como é o caso do conteúdo oferecido pelo media center da
rede de TV americana ABC, que
permite aos usuários assistir a programas da TV em alta definição, via
streaming, no computador. Outro exemplo citado pelo executivo é o site Hulu, que oferece gratuitamente streaming de filmes e seriados de TV em alta definição, para os Estados Unidos.
Em paralelo, surgem equipamentos que permitem ao usuário baixar
conteúdo da internet e assistir na TV, como é o caso dos consoles
Playstation 3, Xbox e de outros aparelhos, como a Apple TV e o Vudu.
“Com a rede IP, qualquer serviço pode ser oferecido sobre a mesma
rede”, explica Ripper.
E isso traz uma nova dinâmica ao mercado: os prestadores de serviço
não serão mais os donos da rede. “O desafio é achar um novo modelo de
negócio, já que quem vende conteúdo não é o dono da rede”, pondera o
presidente da Cisco, acrescentando que o vídeo vai abrir portas para
outros aplicativos. “Em dois ou três anos, vídeo será mais de 10 vezes
o que é hoje e em outros dois ou três anos, mais de cem vezes”, estima.
A mudança na capacidade de transmissão das redes vai gerar mudanças
na internet, inclusive na arquitetura web. A previsão de Ripper é que a
partir de 2008 comecem a acontecer transformações que colocarão a rede
IP no centro da vida digital, com os mais diversos tipos de
equipamentos se conectando diretamente à rede, e não mais primeiro ao
PC, como acontecia anteriormente. “A rede IP sairá do ambiente
corporativo e entrará nas casas”, acredita Ripper.
Equipamentos de rede terão novos atributos
Para
dar suporte a essa dinâmica, os equipamentos de rede ganharão novos
atributos, como funcionalidades para promover a conversão de arquivos e
verificar questões ligadas a direitos autorais.
Se antes cada conteúdo estava preso a um determinado tipo de
dispositivo, com plataforma própria e interface particular, com a rede
IP, o conteúdo estará na rede, que absorverá a responsabilidade de
promover a interoperabilidade entre plataformas e a conversão de
diversos formatos. “A rede desempenhará o papel de simplificar o uso da
tecnologia”, opina Ripper.
O presidente da Cisco Brasil também aposta no fortalecimento de conceitos como Web 2.0, SaaS (Software as a Service) e Cloud Computing, que farão com que as aplicações deixem de ficar presas ao software e ao computador e funcionem na web.
O executivo falou sobre a web semântica, que permitirá aos usuários
terem acesso a informações complexas e coletivas na web, de forma
simples e direta. O presidente da Cisco Brasil também aposta no
surgimento de novas interfaces de navegação, com browsers que
apresentam conteúdo em 3D, como, por exemplo, os sites PicLens e SearchMe. “O mapeamento de conteúdo será feito de forma mais intuitiva”, destaca.
Origem: ComputerWorld
Marcelo Peres
Editor do Guia do CFTV
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