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Inquietação constante

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Empresa catarinense é bicampeã na categoria Tecnologia, Software e Serviços, em que inovação constante é diretriz invariável, e reforça aposta em Internet das Coisas

Existe uma cultura aparentemente paradoxal na persona corporativa construída pela Intelbras. Para o público amplo, a percepção é de que se trata de uma empresa bem low profile. Nada mais distante da realidade. A companhia é um caldeirão incessante de inovação. Bicampeã na categoria Tecnologia, Software e Serviços do prêmio AS MELHORES DA DINHEIRO, já são 43 anos de história, presença em 98% das mais de 5,5 mil cidades brasileiras, uma rede de 200 distribuidores e outros 200 mil fornecedores. Esse ecossistema é abastecido pelo trabalho de 3,3 mil colaboradores e produziu um faturamento em 2018 de R$ 1,8 bilhão, alta de 12,5% sobre o R$ 1,6 bilhão de 2017, que já havia ficado 23% maior que o resultado de 2016.

A companhia de Santa Catarina é liderada há 14 anos pelo economista Altair Silvestri, que entrou na Intelbras há 32 anos. Para ele, o dia a dia deve ser obrigatoriamente pautado em soluções. “Estamos focados na busca permanente de melhorar o trabalho e atender bem o cliente”, diz o presidente, quase respondendo ao mesmo tempo por que na Intelbras eles pensam mais em resolver problemas do que em acender holofotes. Essa cultura organizacional faz da empresa uma marca de resultados positivos e figura recorrente dos rankings de melhores lugares para se trabalhar – nos cinco critérios de avaliação para o prêmio da DINHEIRO (Governança Corporativa; Sustentabilidade Financeira; Responsabilidade Social; Inovação & Qualidade; e Recursos Humanos), a companhia lidera exatamente nos dois últimos: inovação e gente.

Evidentemente não foi uma trajetória construída sem cicatrizes ou isenta de decisões difíceis. Por três décadas, em quatro de vida, a empresa se pautava por ser uma fornecedora de produtos e serviços de telefonia. Isso foi até 2007. Para sair da dependência de um segmento que caminhava para ficar diminuto, foi preciso arriscar outros portfólios. As primeiras apostas, em celulares, desktops e notebooks, porém, não retornaram o esperado. Mas uma das tentativas foi decisiva. A oferta de equipamentos e sistemas de segurança – desde softwares e sensores até câmeras de vigilância. “A conquista de tantos resultados relevantes vem da nossa habilidade de diversificar e inovar, acompanhando as tendências de mercado e, sobretudo, a evolução do comportamento e das necessidades do consumidor”, afirma Silvestri.

Essa nova postura foi decisiva. A companhia investe anualmente cerca de 6% do faturamento na área de Pesquisa & Desenvolvimento. Em valores referentes ao ano passado é uma cifra que se aproxima de R$ 108 milhões. Entre todos os empregados, 11% (cerca de 360) trabalham em processos que gerem novos produtos ou serviços para o portfólio da Intelbras. Este ano, por exemplo, foi lançada a unidade de Energia Solar, com soluções para residências e empresas. “Já estamos colhendo resultados muito positivos”, diz o presidente. Os demais funcionários se dividem entre as linhas de produção (46%, ou pouco mais de 1,5 mil) e áreas administrativa e comercial (43%, o que dá outros 1,4 mil). Eles se espalham por duas unidades em São José (SC), uma em Santa Rita do Sapucaí (MG), outra em Manaus (AM), além de um escritório na China.

A empresa não divulga nem a rentabilidade nem como é repartida a receita entre as cinco unidades de negócios – segurança eletrônica; controle de acesso; redes; comunicação; e energia. “Podemos dizer que segurança e redes são as duas mais expressivas”, afirma Silvestri. Mas a grande tacada já está decidida. O segmento de Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês). O presidente é claro. “IoT veio para ficar e está presente em várias soluções desenvolvidas e comercializadas por nós.” Entre esses produtos e serviços a companhia tem investido fortemente em tecnologia voltada para soluções embarcadas com Inteligência Artificial relacionadas ao universo das cidades inteligentes. São inovações para aplicação em ambientes condominiais, corporativos, de infraestrutura, como portos e aeroportos, e uma infinidade de espaços que pedem respostas “robustas e adequadas a projetos mais desafiadores”, diz.

Internet das Coisas é outra aposta altamente promissora. De acordo com o relatório Global Internet of Things (IoT) Market: Global Market Analysis, Insights and Forecast 2019-2026, produzido pela Fortune Business Insight e divulgado pela Agência Reuters em julho deste ano, o setor movimentou globalmente US$ 190 bilhões no ano passado e deve apresentar crescimento médio anual de 24,7% até 2026, quando deverá alcançar a marca de US$ 1,1 trilhão. É para esse oceano que a catarinense se desenha. “A Intelbras se sente desafiada o tempo inteiro para poder se reinventar a todo momento”, diz Silvestri. “E nosso maior desafio será se antecipar ao futuro.”

Origem: Isto É

Sirlei Madruga de Oliveira

sirlei@guiadocftv.com.br

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