A mobilidade urbana, a segurança pública e toda a rede de serviços no dia a dia da população constituem as engrenagens para o funcionamento de metrópoles ao redor do mundo. Em cidades que apresentam altíssimos índices de crescimento econômico e social, como Nova Iorque, Chicago, Londres e até capitais brasileiras, como São Paulo e Recife, o desafio de gerenciar tudo isso se torna cada vez maior para os governos.
Essas cidades também são pólos de tecnologia e inovação, que oferecem oportunidades de crescimento rápido para startups e empreendedores, nascidos na nuvem e utilizando big data, inteligência artificial e internet das coisas (IoT). Adotando as soluções inteligentes dessas empresas, as cidades se tornam Smart Cities, com serviços públicos interligados pela nuvem, que utilizam o aprendizado de máquina e criam soluções em tempo real. Juntas, essas tecnologias resolvem as dificuldades cotidianas de quem vive nas grandes metrópoles.
Para o desenvolvimento das Smart Cities, as startups oferecem a flexibilidade e a agilidade necessárias para levar à frente projetos como esses, que exigem times dinâmicos de desenvolvedores e processos desburocratizados para se adaptarem às novas velocidades de transformação tecnológica da terceira plataforma. De internet das coisas à inteligência artificial, os serviços baseados na computação em nuvem são recriados diariamente, reunindo novas capabilidades de processamento, armazenamento, analytics e machine learning, além de facilitar e agilizar a criação de novos produtos de acordo com necessidades específicas.
No Brasil, a maior parte dessas startups já começou a explorar esse mercado, criando empregos e promovendo o crescimento local. O estudo Liga Insights Emerging Technologies, desenvolvido pela Liga Ventures, revela que 25% das startups nacionais investem em internet das coisas e 20% em big data e analytics.
Atualmente, são mais de 500 cidades brasileiras com serviços conectados e que participaram do ranking Connected Smart Cities de 2017, desenvolvido pela Urban Systems. São Paulo, considerada pelo ranking a cidade mais “inteligente” do país, tem algumas startups no portfolio de Smart City. Uma delas é a Camerite, que foi a escolhida para o projeto City Câmeras, inaugurado em julho de 2017.
Baseada em Joinville, a Camerite oferece uma plataforma online na qual qualquer câmera DVR ou IP pode se tornar um ponto de monitoramento inteligente e, assim, ajudar na segurança na cidade. Por ser uma plataforma colaborativa e totalmente baseada na nuvem, ganha escala, agilidade, rapidez e facilidade no gerenciamento, permitindo o aumento do número de câmeras sem a necessidade de que o município invista em datacenters. Em apenas 60 dias, o total de câmeras de monitoramento passou de 70 para mais de 500, e espera-se que, em até quatro anos, o número passe os 10 mil.
A expectativa é que o impulso das Smart Cities no país continue sendo liderado por startups como a Camerite e a RasSystem, que trazem DNA de inovação e foco nas oportunidades criadas pela nuvem. Por isso, trazem novas ideias e visões para os governos municipais e mais agilidade na implementação das soluções para os cidadãos. Com cada vez mais acesso a dados e dispositivos, essas empresas poderão se especializar em desenvolver e disponibilizar serviços personalizados para melhorar a qualidade de vida da população e deixar o gerenciamento das cidades cada vez mais inteligente.
Origem: Revista Segurança Eletrônica
Marcelo Peres
mpperes@guiadocftv.com.br
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