Análise da boca, distância entre olhos, tamanho do nariz: como funciona s tecnologia o reconhecimento facial
Uma tecnologia capaz de identificar uma pessoa no meio de uma multidão e, a partir de um banco de dados, acessar toda ficha civil e criminal dela em poucos segundos. Esse é o objetivo das câmeras de reconhecimento facial com tecnologia chinesa que foram instaladas no carnaval 2019 de Salvador — e que também já operam em locais de grande movimentação da cidade — que ajudaram a prender um homem que era procurado por suspeita de homicídio.
O sistema funciona assim: o computador analisa todas as características do rosto de uma determinada pessoa identificada pela câmera, como a distância entre os olhos, o tamanho do nariz, a boca e a linha da mandíbula. Todas essas informações viram um algoritmo, um número, e isso se torna a identidade biométrica da pessoa.
As leituras são enviadas para um centro de monitoramento e os dados, então, são cruzados com os de criminosos procurados pela polícia. O banco de dados, conforme a polícia, também é alimentado por fotos postadas por suspeitos procurados em redes sociais.
Um dos fatores críticos de sucesso para que a segurança das empresas em geral funcione de acordo com o planejado, é que a mesma seja revisada de tempos em tempos. Quando é realizada a implantação do plano de segurança, seja por utilização dos meios tecnológicos, humanos ou de ambos, a empresa possui uma determinada situação ou realidade. Com o passar do tempo, às vezes nem é preciso muito, as coisas mudam e essas alterações nem sempre são lembradas numa eventual atualização dos processos e procedimentos, sejam de segurança, emergência ou contingência.
Mas e se a pessoa estiver disfarçada, engana o equipamento? O repórter Murilo Salviano, do Fantástico (Rede Globo), fez alguns testes após ter as informações pessoais e fotos cadastradas no banco de dados. No primeiro teste, colocou um óculos escuro e foi até o aeroporto de Salvador. Mesmo cobrindo os olhos, essenciais para a leitura do sistema, as câmeras o identificaram.
No Rio de Janeiro, 34 câmeras desse tipo estão instaladas em Copacabana. O sistema começou a funcionar há dez dias e, na primeira fase de testes, que termina nesta segunda, seis pessoas já foram detidas.
“Temos certeza, temos convicção de que esse projeto, aplicado em larga escala, será uma grande ferramenta para a redução da criminalidade”, afirmou o coordenador de comunicação da PM-RJ, coronel Mauro Fliess.
O mesmo sistema está sendo implantado em Campinas, interior de São Paulo. A expectativa é que ele funcione integrado a um aplicativo de celular para dar agilidade às prisões.
“Esses aplicativos vão possibilitar que toque um alarme na central de monitoramento na hora que a pessoa procurada for reconhecida, ou também que toque um alarme de um guarda municipal ou de um policial qualquer que esteja próximo daquele local onde a câmera está reconhecendo a pessoa”, destacou o diretor da central Integrada de Monitoramento de Campinas, Willian Barbanera.
Enquanto a tecnologia desembarca aos poucos no Brasil, na China ela já está em todo canto. O país tem 200 milhões de câmeras com reconhecimento facial pelas ruas, aeroportos e estações de trem.
Em 2018, a polícia chinesa identificou um homem foragido durante um show com 60 mil pessoas. O sistema reconheceu a imagem dele em menos de 0,001 segundo.
Especialistas alertam que a tecnologia não deve ser usada sozinha. A potência da máquina ainda não alcança uma capacidade extremamente humana: a de interpretação.
“Essa tecnologia de reconhecimento facial, pelo menos hoje, não é pra ser usada sozinha. A máquina processa volume de informação bem mais rápido, mas nós temos experiência, temos a visão de mundo, analisamos isso de várias perspectivas”, destacou o professor de Engenharia Elétrica e de Computação da Unicamp, José Mario de Martino.
“A importância do policial com toda a sua experiência, com toda a sua capacidade intelectual e bom senso, é fundamental para o emprego desse sistema’, afirmou o coordenador de comunicação da PM-RJ, coronel Mauro Fliess.
Origem: Revista Segurança Eletrônica
Marcelo Peres
mpperes@guiadocftv.com.br
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