Dados e processamento usando DNA
A Fundação Nacional de Ciência dos EUA (NSF) anunciou que irá financiar oito equipes de diversas instituições com o objetivo de criar semicondutores e sistemas de computação e armazenamento de dados de base biológica
O objetivo é criar plataformas que integrem a biologia sintética à tecnologia dos semicondutores. Em outras palavras, fundir biologia e engenharia elétrica para construir novos tipos de memória eletrônica baseados em DNA e outras moléculas orgânicas.
Segundo a NSF, esses sistemas de armazenamento de informações futurísticos estarão na interseção da biologia, física, química, ciência da computação, ciência e engenharia de materiais.
“Embora os recursos atuais [de armazenamento de dados] tenham melhorado drasticamente nas últimas décadas, materiais como o silício têm restrições físicas que parecem limitar a computação em escalas muito pequenas. Materiais e designs baseados na biologia sugerem possibilidades intrigantes para superar esses obstáculos – com menor custo de energia,” disse Dawn Tilbury, da agência de financiamento.
As estimativas são de que as estruturas biológicas integradas com a tecnologia de semicondutores possam armazenar 1.000 vezes mais dados do que as tecnologias atuais, e retê-los por mais de um século, consumindo muito menos energia.
ROM de DNA
O esforço da NSF pode ser uma resposta a uma iniciativa europeia, lançada no ano passado, que lançou as bases para a construção do primeiro biocomputador.
É certo que o armazenamento de dados em DNA detém o recorde de densidade há algum tempo, mas o ser humano médio armazena 40 exabytes – 40 milhões de terabytes – de informações em seu DNA, e moléculas de DNA podem permanecer estáveis por milhares de anos, mostrando que há muito espaço para melhorias para os sistemas sintéticos.
É por isso que uma das equipes pretende construir uma ROM – uma memória somente leitura, que não perde dados na ausência de energia – usando não as bases químicas do DNA, mas as propriedades elétricas das moléculas de DNA. Diferentes moléculas de DNA têm diferentes condutâncias elétricas e essas propriedades – em vez do próprio código da letra do DNA – podem representar os zeros e uns da informação digital.
Além disso, os estudos mais recentes têm demonstrado que o processamento de informações é uma parte crítica de como os sistemas biológicos funcionam, o que deu força ao emergente campo da biocomputação.
Os projetos que estão recebendo financiamento incluem o armazenamento de dados usando DNA, uma memória de ácidos nucleicos, uma rede neural implementada em levedura, a automatização do projeto de circuitos genéticos, componentes bioeletrônicos e novos métodos para comunicação molecular.
Origem: Inovação Tecnológica
Marcelo Peres
mpperes@guiadocftv.com.br
GuiadoCFTV
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