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Cidades inteligentes gastam menos

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O modelo reativo de gestão dos serviços públicos tem um custo difícil de perceber. Quando um semáforo fica verde durante dois minutos sem que nenhum carro passe, enquanto a rua transversal está lotada de motoristas que perdem 3h no trânsito por dia num engarrafamento evitável, há uma perda financeira invisível.

Esse impacto econômico é mais evidente ao analisar todos os serviços prestados ao cidadão.

“O modelo proativo de gestão é a lógica por trás do conceito de Smart City. A cidade se torna um mapa vivo gerando informações numa multiplicidade de pontos”

Quando a previsão é de tempo seco e a poluição se agrava, fazendo as pessoas lotarem os postos de saúde com problemas respiratórios e menor perspectiva de vida, há um prejuízo não-contabilizado. Quando a falta de monitoramento incentiva motoristas a conduzirem acima da velocidade permitida e ocorrem atropelamentos ou quedas de moto que requerem cuidados emergenciais e cirurgias, há uma conta a pagar pelo contribuinte. Quando um paciente com ferimentos leves é levado pela ambulância a um centro de atendimento crítico superlotado, também há uma gestão ineficiente dos recursos públicos. Assim como há um custo difícil de calcular quando uma cidade sustenta índices baixos de solução de crimes pela dificuldade de investigação policial. Esse é o peso oculto da gestão pública reativa.

Já o modelo proativo de gestão é a lógica por trás do conceito de Smart City. O gerenciamento inteligente de incidentes implica uma detecção rápida e automática de ocorrências numa cidade, e até mesmo uma detecção de indícios ou tendências antes que algo ocorra. Essa detecção antecipada pode ser feita por câmeras e sensores (de poluição, radiação, identificação de tiroteio, estilhaço de vidro etc.), que geram alertas. A cidade se torna um mapa vivo gerando informações numa multiplicidade de pontos. Essas informações podem, por um lado, levar a uma tomada de decisões em prol da otimização imediata dos recursos públicos. Por outro lado, elas ajudam a desenvolver um trabalho preventivo que reduz custos a longo prazo.

Exemplos:

– Redução de custo no conceito de cidade inteligente é o sistema de iluminação;

Para poupar energia, a iluminação nas ruas pode ser ajustada conforme o tráfego de veículos e pedestres

– Uso de botões de emergência em áreas de grande circulação de pessoas e veículos;

Quando o poder público entende a real gravidade das ocorrências, consegue evitar deslocamentos desnecessários.

– Agilidade na captura de veículos roubados;

  Evitando o custo da investigação policial e, inclusive, o custo do seguro do veículo

No fundo, uma cidade é inteligente quando favorece a qualidade de vida. E uma administração pública orientada pela prevenção e otimização de recursos consegue fazer mais com menos – e ainda melhorar sua reputação como destino turístico e de investimentos privados.

Origem: Revista Digital Security

Marcelo Peres

mpperes@guiadocftv.com.br

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