Qual o futuro das empresas de monitoramento? Tenho notado nas empresas que visito a crescente preocupação dos empresários de nosso segmento sobre o futuro das empresas de monitoramento, muitos demonstram grande preocupação com o auto monitoramento e fazem perguntas como por exemplo “ com essa moda de aplicativos o que vai ser do meu negócio”?
Atuo no segmento de segurança eletrônica desde 1996 e tive a oportunidade de acompanhar a evolução tecnológica de nosso segmento na ocasião o “state of art” dos alarmes monitorados era a transmissão dos eventos por linha telefônica para uma central de monitoramento, sim por incrível que pareça era assim que os eventos eram transmitidos até nossas empresas, nessa época era comum um único evento demorar até 30 segundos para começar a ser transmitido lembro também que nessa época o cliente receber a informação de que seu painel de alarme foi armado ou desarmado era “luxo” e este tipo de serviço normalmente gerava cobranças adicionais pelas empresas de monitoramento ao cliente final pouco tempo depois com o advento da telefonia celular nosso sistema de segurança ganhou um upgrade que foi a adoção dos sistemas de transmissão GPRS pois a linha convencional já não era tão eficiente e segura quando no início essa tecnologia tinha um alto custo e por esse motivo costumava ser a segunda via de transmissão mas a tecnologia continuou evoluindo e os custos diminuindo até que a transmissão via GPRS se tornou nossa primeira via de comunicação.
Neste momento acredito que muitos de vocês estejam se pensando “Ok, mas isso é passado, e o meu negócio agora, como fica?” para responder essa pergunta mais uma vez tenho que recorrer a 1996 onde atuava como técnico em eletrônica uma conceituada distribuidora , e gostaria de lembrá-los que desde aquela época já existia o conceito do alarme auto monitorado, onde muitas vezes o cliente possuía uma discadora que ligava para um ou mais números de telefone fixo e quando o cliente atendia ouvia o som de uma sirene que indicava uma violação em seu imóvel e mesmo naquela época muitos consumidores optaram por ter uma empresa de monitoramento como prestadora de serviços para minimizar as deficiências que a discadora possuía, tais como “ e se quando o alarme tocar eu não ouvir o telefone, ou mesmo ele estiver ocupado” entre outras que não vou destacar no momento, ou seja, o conceito do alarme auto-monitorado sempre existiu e nem por isso nossas empresas deixaram de ter seu espaço.
Agora eu que pergunto para você “ o que seria de sua empresa nos dias de hoje se você ainda estivesse utilizando a linha fixa convencional, você teria o mesmo número de clientes, a mesma qualidade de serviço?” Acredito que os aplicativos vieram para ficar, assim como acredito que as empresas que não se adaptarem a esse tipo de tecnologia por medo de perder o cliente, essas sim em breve não irão mais existir ou terão um nicho de mercado muito restrito.
Segundo essa linha de pensamento tenho que lembrá-los que muitos de vocês são empresas de monitoramento e não necessariamente empresas “monitoramento de alarmes” e isso sim pode nos abrir uma gama de serviços muito grande para oferecermos ao cliente como por ex. monitoramento de temperatura para câmeras frigoríficas, monitoramento de idosos, umidade do ar, rastreamento veicular ou mesmo pessoal afinal quem não gostaria de ter certeza que seu filho chegou bem em casa após sair da escola? É visível também que as “casas inteligentes “ estão se tornando cada vez mais populares e o sistema de segurança normalmente faz parte desse ecossistema, sendo assim, recomendo fortemente que vocês se capacitem para oferecer aos seus clientes soluções em automação residencial pois esse futuro está muito próximo e ainda hoje vejo poucas empresas capacitadas para oferecer esse tipo de tecnologia
Eu particularmente acredito que os aplicativos não são nossos inimigos e sim aliados que se bem utilizados nos permitem oferecer serviços inovadores aos nossos clientes e muitas vezes nos ajudando a reduzir os custos operacionais de uma central de monitoramento e não são eles que vão matar sua empresa e sim falta de avanço tecnológico / capacitação.
origem: ABESE
Sirlei Madruga de Oliveira
Editora do Guia do CFTV
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