Incidência de crime conhecido como “saidinha de banco” aumentou. Vítimas contam como foram abordadas pelos criminosos.
Clientes de agências bancárias são alvos de criminosos especializados em uma modalidade de assalto: a “saidinha de banco”. A abordagem acontecem em todo o Brasil, nas proximidades das agências.
O Fantástico fez um levantamento para saber o que está sendo feito para proteger os clientes de bancos. Em Belém, foi aprovada nesta semana uma lei que obriga as agências da capital paraense a instalar biombos ou divisórias. A justificativa é que assim ninguém vê o valor retirado do caixa.
Projetos semelhantes estão em discussão em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Paraná.
Em São Roque, a 66 km de São Paulo, esse tipo de crime é bem raro. Apenas um caso foi registrado neste ano. A explicação, segundo a polícia, é que na cidade as pessoas são proibidas de usar o telefone celular quando estão dentro das agências bancárias. O banco que descumprir a lei pode ser multado em até R$ 5 mil e ter o alvará cassado.
Em Teresina, capital do Piauí, o uso de celular nos bancos é proibido desde novembro passado. “Com o celular, a pessoa encosta no cantinho, quando vê, já comunica com outro: ‘Fulana, está saindo’. É uma boa, uma ótima proibir”, contou a dona de casa Irene Vargas.
A região de Mogi das Cruzes, a 57 km da capital paulista, é uma das que mais preocupam as autoridades. Segundo a polícia, um assalto do tipo acontece a cada dois dias na região.
Uma das vítimas foi abordada na agência de Suzano. O casal de criminosos viu quando Andréa Alves do Espírito Santo, de 32 anos, fez um saque. Pelo celular, eles avisaram os comparsas que estavam do lado de fora.
Assim que saiu da agência, com um envelope com R$ 8 mil em dinheiro, Andréa começou a ser seguida por dois homens. Ela percebeu que ia ser assaltada e, para se proteger, atravessou a rua e pediu socorro em uma loja.
A câmera do circuito interno registrou a entrada dos ladrões e o momento em que Andréa foi baleada e morta, em julho do ano passado. Os criminosos fugiram com o dinheiro. A quadrilha foi identificada e presa. “Eu queria entender o porquê ele fez isso, se já estava com o dinheiro. Ela já estava no chão. Por que atirar, tirar a vida dela?”, questionou o irmão de Andréa, Anselmo.
Outra vítima, também mulher, tinha acabado de sacar R$ 5 mil e voltava de carro para o emprego, numa transportadora. Ela diz não ter percebido que criminosos a seguiram por mais de 10 km. “Um rapaz de moto me cercou e o outro veio, me abordou com uma arma na mão. Ele pediu que eu passasse o dinheiro somente segui as orientações que ele passou e deixei levar”, disse.
Investigações mostram que criminosos têm saído da cidade de São Paulo para praticar assaltos na região. Um homem foi preso numa estação de trem, a caminho da capital. Segundo a polícia, ele tinha acabado de roubar R$ 1.700. “A gente tem que viver com segurança. Esse medo é complicado, é horrível”, conta outra mulher.
Em Suzano, cidade paulista onde Andréa foi assassinada, falta só a assinatura do prefeito para que os bancos sejam obrigados a instalar câmeras do lado de fora das agências.
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) informou, em nota, que as diversas leis aprovadas ou em tramitação não possuem estudos que comprovem a sua eficácia. Sobre as divisórias, a Febraban afirma que elas criam pontos cegos e o vigilante não vai perceber quando o caixa for assaltado. A nota diz ainda que os bancos investem por ano R$ 7,5 bilhões em segurança.
Quem foi vítima de assalto cobra providências. “Tem que ser feito o mais rápido possível. Para não acontecer que mais uma família passe pelo o que a minha família passou. Esse sofrimento que eu não sei quanto tempo vai durar”, disse o irmão de Andréa.
Origem: Fantástico – Rede Globo
Marcelo Peres
Editor do Guia do CFTV
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