Apesar de o episódio que causou a morte de ao menos 12 alunos na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, zona oeste do Rio, na manhã de quinta-feira (07/04), ser um caso isolado, a tragédia chama atenção para a fragilidade na segurança das escolas públicas e divide a opinião de especialistas em segurança pública quanto à possibilidade de a barbárie ter sido evitada.
O especialista em segurança Jorge Lordello defende a implantação de medidas simples, como o controle de pessoas que entram e saem das instituições municipais e estaduais de ensino.
– É necessário que escolas e universidades controlem com mais rigor seus acessos. Essas instituições são responsáveis pela segurança de seus alunos. No caso do atirador, isso poderia ter sido evitado, já que ele não era mais aluno e não deveria estar lá. Mas ele não encontrou nenhuma resistência. Ao contrário, contou uma história, disse que ia fazer uma palestra mesmo sem ter sido convidado pela direção e entrou facilmente na unidade com duas armas e dezenas de munições.
Fatalidade
Para Michel Misse, professor de sociologia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), o que ocorreu foi uma fatalidade e independe da segurança.- Não se trata de aumentar ou diminuir a segurança nas escolas. Em nenhum lugar no mundo, seria possível prever o que aconteceu, até porque a escola estava comemorando aniversário e convidando seus ex-alunos para fazer palestras. Provavelmente, ele sabia disso e aproveitou-se da situação para entrar nas salas de aula.Após o ataque, a diretora do Sepe (Sindicato dos Profissionais de Educação do Estado do Rio), Rosilene Macedo, disse que a questão da violência nas escolas é uma pauta que o sindicato vem tentando debater há anos, sem sucesso, com a Secretaria de Educação.
– Professores e alunos testemunham situações de violência de forma rotineira e a prefeitura fecha os olhos. Não adianta apenas pacotes pedagógicos.
Precisamos de mais funcionários nas escolas, porteiros, construção de mais escolas para que os alunos não fiquem como sardinhas em lata. Na quarta-feira (6), um professor foi agredido por um aluno e ele mesmo precisou chamar a polícia, pois a direção fica de mãos atadas e a secretaria não toma providências.
Portal R7/SP
Origem:
Engº Marcelo Peres
mpperes@guiadocftv.com.br
Editor do Guia do CFTV
Avalie esta notícia, mande seus comentários e sugestões. Encontrou alguma informação incorreta ou algum erro no texto?
Importante: