Estado investe mais na PM e economiza com Polícia Civil
Verba dada à corporação militar superou 35% do previsto nos últimos seis anos.
Já a civil recebeu 13% a menos, algo em torno de R$ 65 milhões; recurso seria suficiente para melhorar inteligência.O governo paulista concentrou seu investimento em segurança no últimos seis anos na Polícia Militar e economizou com a Polícia Civil.Dados do sistema orçamentário fornecidos pela liderança do PT na Assembleia a pedido da Folha mostram que de 2005 a 2010 o Estado investiu R$ 296 milhões além do previsto na corporação militar: incremento de 35%.Já a civil deixou de receber cerca de R$ 65 milhões em investimentos: 13% a menos.O policial civil é responsável por elucidar crimes. A verba não gasta seria suficiente para implantar um sistema de identificação por digitais que existe em países desenvolvidos há 30 anos.A PM patrulha as ruas. Em 2010, ganhou cinco helicópteros e, na semana passada, 50 caminhonetes Hilux SW4 2.7. O comandante da corporação, coronel Álvaro Camilo, tem um veículo de luxo Captiva, de R$ 92,9 mil.O secretário de Segurança, Antonio Ferreira Pinto, no cargo desde 2009, é um ex-oficial da PM. Em sua gestão, os militares ganharam poder. Agora, PMs podem, por exemplo, registrar boletins de ocorrência e enviá-los a delegados -a atribuição era exclusiva da Polícia Civil.Na gestão de Ferreira Pinto, cerca de 800 delegados, num total de 3.300, foram ou estão sendo investigados.Especialistas dizem que aumentar o índice de esclarecimentos de crimes ajuda na sua redução. Hoje, São Paulo se diz incapaz de tornar públicas tais informações. Mas dados extraoficiais mostram que só 40% dos homicídios, por exemplo, são resolvidos.O presidente do sindicato dos investigadores, João Batista Rebouças da Silva Neto, admite que o índice é vergonhoso. "Muita gente não vai nem à delegacia porque sabe que não vai resolver. A gente sente muito isso", diz.Além de equipamentos mais modernos, o governo deixou de investir na estrutura física da Polícia Civil. Parte dos prédios onde estão as delegacias tem estado precário.Segundo o próprio governo, quase metade dos 1.460 edifícios ocupados pela Polícia Civil é alugada. Departamentos funcionam em casas adaptadas e galpões.A presidente da associação dos delegados, Marilda Aparecida Pansonato Pinheiro, afirma que a situação da Polícia Civil é ainda pior no interior do Estado.
(Jornal Folha de S. Paulo/SP, Cotidiano – 29/04/2011)
Já a civil recebeu 13% a menos, algo em torno de R$ 65 milhões; recurso seria suficiente para melhorar inteligência.O governo paulista concentrou seu investimento em segurança no últimos seis anos na Polícia Militar e economizou com a Polícia Civil.
Dados do sistema orçamentário fornecidos pela liderança do PT na Assembleia a pedido da Folha mostram que de 2005 a 2010 o Estado investiu R$ 296 milhões além do previsto na corporação militar: incremento de 35%.
Já a civil deixou de receber cerca de R$ 65 milhões em investimentos: 13% a menos.
O policial civil é responsável por elucidar crimes. A verba não gasta seria suficiente para implantar um sistema de identificação por digitais que existe em países desenvolvidos há 30 anos.
A PM patrulha as ruas. Em 2010, ganhou cinco helicópteros e, na semana passada, 50 caminhonetes Hilux SW4 2.7. O comandante da corporação, coronel Álvaro Camilo, tem um veículo de luxo Captiva, de R$ 92,9 mil.
O secretário de Segurança, Antonio Ferreira Pinto, no cargo desde 2009, é um ex-oficial da PM. Em sua gestão, os militares ganharam poder. Agora, PMs podem, por exemplo, registrar boletins de ocorrência e enviá-los a delegados -a atribuição era exclusiva da Polícia Civil.
Na gestão de Ferreira Pinto, cerca de 800 delegados, num total de 3.300, foram ou estão sendo investigados.
Especialistas dizem que aumentar o índice de esclarecimentos de crimes ajuda na sua redução. Hoje, São Paulo se diz incapaz de tornar públicas tais informações. Mas dados extraoficiais mostram que só 40% dos homicídios, por exemplo, são resolvidos.
O presidente do sindicato dos investigadores, João Batista Rebouças da Silva Neto, admite que o índice é vergonhoso. "Muita gente não vai nem à delegacia porque sabe que não vai resolver. A gente sente muito isso", diz.
Além de equipamentos mais modernos, o governo deixou de investir na estrutura física da Polícia Civil. Parte dos prédios onde estão as delegacias tem estado precário.
Segundo o próprio governo, quase metade dos 1.460 edifícios ocupados pela Polícia Civil é alugada. Departamentos funcionam em casas adaptadas e galpões.
A presidente da associação dos delegados, Marilda Aparecida Pansonato Pinheiro, afirma que a situação da Polícia Civil é ainda pior no interior do Estado.
(Jornal Folha de S. Paulo/SP, Cotidiano – 29/04/2011)
Origem: http://www.abese.org.br/clipping03-05-2011/
Engº Marcelo Peres
mpperes@guiadocftv.com.br
Editor do Guia do CFTV
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