Sem dar chances para o azar
Novos produtos aparecem no mercado de segurança residencial para garantir a praticidade e o controle necessários à prevenção de ações criminosas.
Segurança e tranquilidade são os grandes ganhos dos moradores com a instalação dos equipamentos eletrônicos.
O Brasil tem mais de dez mil empresas que atuam na comercialização de produtos, prestação de serviços, projetos, manutenção, monitoramento, instalação, inspeção e assistência técnica de sistemas eletrônicos de segurança. O segmento gera cerca de 125 mil empregos diretos e mais de 1,4 milhão de postos de trabalho indiretos – os quais ajudam o mercado no crescimento anual, com taxas médias de 15% na capital e 13% no país – e aglomera aproximadamente 710 mil imóveis monitorados por sistemas eletrônicos de alarme.
Os dados do Sindicato das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança do Distrito Federal (Siese-DF) – categoria econômica de empresas do segmento de segurança eletrônica confirmam a preocupação iminente dos brasileiros com o combate à criminalidade, desencadeando a procura por sistemas de defesa capazes de atuar eficientemente na proteção pessoal e material de moradores. “A tecnologia vem atendendo a necessidade de combater os criminosos que veem nas residências a obtenção de lucro”, observa Jorge Lordello, pesquisador criminal, palestrante, conferencista, escritor e especialista em segurança pública e privada. Outros fatores associados a novos produtos de segurança garantem um resultado melhor na proteção residencial. “Você vai conseguir segurança associando equipamentos eletrônicos, físicos, funcionários bem treinados e normas de condutas preestabelecidas naquele local”, sugere o pesquisador criminal.
Sistema biométrico
Os controles de acesso se destacam no mercado de segurança e tecnologia. No âmbito da proteção pessoal, há o controle biométrico. Usado principalmente em residências de alto-padrão, ele permite, dependendo do produto escolhido, o acionamento automático do leitor de impressão digital quando o usuário posiciona o dedo; cadastro de impressões digitais; controle de abertura da porta e toque de sirene nos horários programados pelo morador. “A queda das torres gêmeas foi um marco divisor. Muitas empresas fecharam, quebraram e até sumiram não tinha uma redundância em outro local para suportar tudo que ocorreu. Então, houve uma preocupação muito grande em controlar acesso”, explica Augustus von Sperling, diretor de mercado da Vs Segurança, diretor de coordenação sindical da Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança (Abese) e presidente do Siese-DF.
A partir daquele marco, o sistema biométrico ganhou força no uso da identificação da digital, analisando o calor gerado por ela. São softwares atuando na confirmação da identidade dos moradores, sabendo se são realmente pessoas autorizadas que estão entrando em determinado local da residência. No entanto, Augustus ressalta que “os controles de acesso, como a catraca e a abertura de portas, através da identificação, são sistemas mais encorpados e robustos.” “Em uma grande organização, controlam-se pessoas que podem ou não entrar em determinado ambiente, e ele tem tudo registrado em um grande servidor que sabe horário, local e onde a pessoa entrou”, completa. “Por experiência própria, posso dizer que muitos controles digitais têm problemas para reconhecer a digital da pessoa. Isso acontece porque muitas pessoas de idade têm a digital desgastada ou suor nos dedos, dificultando a leitura do controle”, alerta Lordello.
Monitoramento com CFTV é permanente
Habitualmente constituído por câmera (s), meio de transmissão e monitor, o Circuito Fechado de Televisão (CFTV) traz relatórios gerenciais, transmitindo imagens às centrais de monitoramento. O sistema permite o monitoramento permanente, tornando possível acompanhar o que ocorre em vários ambientes ao mesmo tempo via internet, celular ou qualquer outro meio de transmissão. “Não existe mais a preocupação acerca de como está minha residência ou meu comércio. Independentemente de onde você estiver, é capaz de visualizar o local. Se o morador viajar, utiliza-se o próprio celular para acessar as câmeras da residência”, diz Gilmar Borges, diretor técnico da Inside Security. “Tudo que acontece na central de alarme é enviado para a central de monitoramento bateria baixa, intrusão, sirene cortada ou queimada, curto na própria fiação dos sensores, sabemos tudo”, assegura.
O sistema de câmeras, alarme monitorado e acessibilidade da internet constitui uma das integrações mais úteis para a segurança do lar. O morador anexa o CFTV ao alarme e tem em suas mãos o controle de todos os pontos da casa que dispõem do sistema.
A câmera IP é a mais utilizada e transmite áudio e vídeo para qualquer interface que o usuário prefira. Além de ver imagens ao vivo da casa, pode-se receber um e-mail caso seja detectada uma movimentação diferente no local. “O operador entra virtualmente através do IP, digita, anexa essa imagem ao setor e visualiza para saber o que está acontecendo. Assim, faz-se a averiguação da imagem para saber se tem intruso ou não. Pode ser um vento ou algo que ocasionou um alarme falso ou acidental”, informa o presidente do Siese-DF.
É possível limitar o acesso de funcionários a determinadas partes da residência e, caso o limite seja ultrapassado, o alarme é acionado. “Existem procedimentos de monitoramento via telefone e o suporte, que, ao cortar a linha telefônica, continua mandando a comunicação”, explica Fernanda Marthne, gerente comercial do Grupo Multi. “Ao se efetivar uma instalação, devemos nos preocupar com o ponto de distribuição e de difícil acesso ao vandalismo. Instruímos os clientes a colocarem duas câmeras se cruzando. Com a instalação cruzada dos equipamentos, evitamos o excesso de interrupção do sistema”, assegura a gerente comercial.
Leitora biométrica
Habilitada para analisar detalhes de rostos, a leitora biométrica facial reconhece o usuário cadastrado através da imagem tridimensional. “Não há problemas na leitura, já que o equipamento analisa pontos estratégicos e imutáveis da face”, explica Fábio Ishii, engenheiro da Vault. Após a empresa fazer uma análise de risco, sensores de diversas aplicações e teclados para armar e desarmar o sistema através da senha despontam como materiais preventivos. Detectores de temperatura, fumaça ou presença são postos em lugares estratégicos: “Há sensores, colocados em dois extremos da janela, capazes de verificar se ela foi aberta. Se detectar falha do ímã ou outro problema, a central é avisada da violação do sistema”, explica von Sperling.
A segurança da blindagem arquitetônica
Pela durabilidade e capacidade de ter o apelo de segurança combinado com a estrutura da residência, o investimento em blindagem arquitetônica se popularizou por ajudar na proteção residencial, atuando com outros equipamentos. “A integração entre controles de acessos, alarmes, CFTV e automação é essencial”, enumera Fábio Ishii, engenheiro da Vault.
O sistema possibilita melhor controle de acesso. “O uso da blindagem com a biometria reafirma a autentificação das pessoas cadastradas, que podem entrar no local, deixando o morador mais seguro dentro da moradia dele”, diz. Controlar e gerenciar dispositivos usando uma interface, tendo como benefício a verificação de câmeras de segurança em tempo real, em qualquer lugar da casa, via internet, é uma característica da automação residencial. A tecnologia integra sistemas de segurança, iluminação ou até de entretenimento. Marcelo Carvalho, consultor técnico da Kalu Imports, destaca a importância da tecnologia associada aos equipamentos de segurança: “A automação providencia o status da casa – ela conversa com você. Com o sistema biométrico, o morador pode ver se a casa está fechada ou se os funcionários chegam no horário estabelecido, através do celular ou do Iphone, por exemplo”, certifica o consultor técnico.