É preciso pensar a longo prazo, considerando a necessidade de fornecer informações para diferentes setores, evitando silos, pensar nos investimentos e custos de manutenção de hardwares e softwares, viabilizar de forma fácil e rápida atualizações e garantir cibersegurança, considera especialista da Genetec
Avanços tecnológicos estão habilitando as autoridades de trânsito a oferecer um serviço melhor e mais eficiente para os passageiros, porém muitas cidades encontram dificuldades internas, como departamentos isolados e orçamentos restritos, atrasando ou até mesmo impedindo de se beneficiarem dessas inovações.
Para muitas autoridades de transporte público, soluções de segurança física geralmente são selecionadas, de acordo com a necessidade de cada departamento. O setor de ônibus, por exemplo, usa uma configuração tecnológica completamente diferente da usada pelo de veículos leves sobre trilhos, que por sua vez difere do usado pelos trens comuns. Se as soluções escolhidas por esses diferentes departamentos são fechadas, ao invés de construídas em uma estrutura aberta, isso pode se tornar um problema caro quando chegar a hora de efetuar atualizações tecnológicas.
“Por isto, é importante observar que agências de transportes coletivos podem se beneficiar de arquiteturas abertas e de maior colaboração ao longo do tempo, pois uma abordagem isolada pode se tornar um remendo tecnológico, atrasando a comunicação, sobrecarregando recursos e ampliando os custos para futuras modernizações da área de segurança”, afirma Alexandre Nastro, diretor de Vendas e Operações da Genetec para Grandes Contas.
Fatores a considerar antes de optar por um sistema de segurança
Segundo Nastro, por esta razão é fundamental considerar cinco fatores que podem ampliar os custos futuros da falta de planejamento da evolução da segurança nos transportes públicos ao longo do tempo. O primeiro deles é considerar os silos, ou seja, quantos funcionários na empresa estão gerenciando os diferentes sistemas de segurança, quando cada unidade de negócio tem sua tecnologia individual, porque isso representa mais gastos com treinamento e problemas de integração e torna a comunicação e compartilhamento de informação entre os diferentes setores mais complexa.
Outro fato é que sistemas isolados são simplesmente ineficientes. Com um sistema de segurança física unificado, é possível unir todas as fontes de dados, de setores diferentes em uma única interface.
“Quando diferentes departamentos podem colaborar e visualizar informações dentro de um sistema unificado isso melhora a segurança, criando ganho em eficiência operacional, provendo um serviço melhor aos passageiros, o que pode levar a consideráveis economias de pessoal e treinamentos”, diz Nastro.
O segundo fator é o hardware. Quando o VMS (sistema de gerenciamento de imagens) em um veículo, por exemplo, é diferente daqueles em sua plataforma e centro de manutenção, os custos extras de hardware aumentam rapidamente. Isso porque as informações são armazenadas em diferentes sistemas que não se comunicam entre si e que acabam exigindo servidores de gerenciamento separados para cada VMS. É preciso também requisitar múltiplos acessos a sistemas de controle (ACS) e sistemas de reconhecimento automático de placas (ALPR), com seus servidores de gerenciamento dedicados.
“Todos esses hardwares tomam um precioso espaço no rack dos datacenters, requerem portas no switch e endereços de IP adicionais na rede da companhia, bem como mais fontes de energia, que utilizam mais eletricidade. Há também o aumento de custos e recursos para a equipe de TI ou o fornecedor mantenha esse hardware adicional”, explica o executivo da Genetec. Com um sistema de segurança física unificado, é possível gerenciar VMS, ACS, ALPR em menos servidores, o que simplifica o custo geral de manutenção de hardware.
Outro aspecto a ser considerado é a necessidade de evidências em vídeo. Os usuários de trânsito costumam usar mais de um meio de transporte público durante seu deslocamento diário e nem se dão conta disso. Considerando que os passageiros de trem, podem ser completamente diferentes dos de ônibus, metrô, ou bicicletas de aluguel, por exemplo, se as imagens de vídeo estiverem espalhadas por diferentes departamentos, são necessários operadores de vários setores para vasculhar evidências em vídeos, o que pode levar semanas ou até mesmo meses para serem compiladas. Depois, eles podem ter de compartilhar as imagens com a justiça sem qualquer verificação e manipulação documentada de evidências (Cadeia de custódia).
Com uma plataforma de segurança unificada, imagens de vídeo podem ser automaticamente carregadas e armazenadas em locais seguros, nos quais podem ser encontradas fácil e instantaneamente vistas. Se a justiça precisar de acesso, um operador de trânsito, pode rapidamente compartilhar arquivos com marca d’água, que são autenticados, criptografados, e com registro de hora para garantir que a evidência possa ser usada no tribunal.
Outro fator muito impactante são as atualizações. Com o tempo, os custos associados com sistemas de manutenção separados, aquisição de vários acordos de manutenção com cada fornecedor, manter as equipes TI e segurança treinados e atualizados tendem a se tornar gastos consideráveis, que se acumulam ao longo do tempo e rapidamente ultrapassam o custo inicial para adquirir seu sistema de segurança por completo. Por esse motivo, quando selecionar um novo hardware, é importante escolher produtos que não sejam bloqueados dentro do sistema de software fechado. “É interessante procurar por soluções de estrutura aberta que estão de acordo com a ONVIF (fórum de interfaces de vídeo de rede aberta). Isso significa que elas têm uma interface padronizada conforme o padrão da indústria de interoperabilidade, facilitando que sejam atualizadas ou novos hardwares adicionados conforme sua necessidade. Com uma plataforma de segurança unificada, a empresa tem controle de todas as despesas durante seu tempo de vida e evitar muitas outras”, recomenda Nastro.
É preciso considerar ainda a cibersegurança, pois a instalação inadequada ou imprópria de um dispositivo que faz parte do IoT (internet das coisas), por exemplo, pode afetar a segurança com o crescimento das ameaças online. O diretor da Genetec alerta que “sem a devida proteção, cyber criminosos podem conseguir acessos a dispositivos vulneráveis, incluindo câmeras de monitoramento de vídeo e comandos de portas, ficando livre para atacar todos os tipos de dados confidenciais e sistemas. Quer se calcule o prejuízo de perda financeira ou violação ou negação de serviços, os resultados podem ser devastadores.” Com uma plataforma de segurança física unificada, é possível desenvolver soluções que podem proteger o sistema da companhia em todos os aspectos, incluindo comunicações, servidores e dados, tanto localmente quanto em nuvem. Com estratégias que incluem proteção de entrada, criptografia, autenticação e autorização.
“A conclusão é que se é hora de pensar em atualizar seus sistemas de segurança, é essencial não pensar apenas nos limites financeiros, pois isso pode impedir a evolução futura para acompanhar o crescimento da empresa pública em função de sua demanda. É claro que as autoridades de trânsito também estão vinculadas aos termos de contratos existentes. No entanto, agências de trânsito com visão de futuro já estão se organizando para atualizar a infraestrutura de TI e evoluir para uma plataforma de segurança unificada”, conclui Nastro
origem: https://revistadigitalsecurity.com.br/cinco-fatores-que-devem-ser-analisados-pelas-autoridades-de-transito-quando-decidem-atualizar-seus-sistemas-de-seguranca/
Sirlei Madruga de Oliveira
Editora do Guia do CFTV
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