Celular pode substituir dinheiro
TÓQUIO
– Os celulares já estão tão incorporados à vida da sociedade que está
sendo discutido o uso dos aparelhos como uma forma de pagamento. O
negócio, que pode ser potencialmente lucrativo, está à espera de um
acordo entre bancos e operadoras de telefonia móvel sobre seus
respectivos papéis no sistema e sobre a divisão das possíveis receitas.
Em
testes feitos no mundo todo, os consumidores apresentaram facilidade ao
substituir dinheiro, cartão e cheque pelo celular. A nova tecnologia
permite usar o aparelho para pagamentos por meio de sensores instalados
em lojas ou sistemas de transporte público.
Tóquio
As
pessoas poderão pagar com o celular simplesmente passando o aparelho
diante de um sensor, e em alguns casos digitando uma senha no teclado
do celular – como muitos usuários do sistemas de transporte de Tóquio e
Londres já fazem.
Na quinta-feira, a maior administradora
mundial de cartões de pagamento, a Mastercard, apresentou um serviço
para bancos que permite aos estabelecimentos instalar cartões de
pagamento nos celulares de seus clientes. De maneira muito mais fácil
do que se esperava, o serviço pode romper o impasse que vem
dificultando a decolagem do mercado.
– Estamos conversando com
bancos sérios. E não estamos discutindo sobre testes, mas sim sobre o
lançamento comercial do serviço – disse James Anderson, vice-presidente
da divisão móvel da Mastercard.
Anderson disse que, nos próximos
dois anos, espera ver atividade substancial por parte dos bancos de
varejo, cujos planos para desenvolver serviços de pagamento com
celulares parecem ter sido pouco afetados pela crise financeira.
Divisão
Mas
deve demorar pelo menos até 2010 para que os celulares equipados com
essa tecnologia estejam amplamente disponíveis. E também para o setor
financeiro e as operadoras de telecomunicações chegarem a um acordo
quanto à divisão de receitas e funções.
– O setor financeiro
tradicional foi ao encontro do setor de telecomunicações adotando
sistemas móveis; agora, as operadoras de telecomunicações querem fazer
parte dessa cadeia. As negociações estão bem adiantadas – declarou
Gerhard Romen, diretor de alianças estratégicas e parcerias na Nokia. –
Agora estamos como nas Olimpíadas: todo mundo posicionado para a
largada e esperando ansiosos.
Origem: Jornal do Brasil
Marcelo Peres
Editor do Guia do CFTV
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