O sistema, batizado de RTerg, emite o alerta apenas cinco minutos depois da ocorrência do terremoto que dá origem à onda gigante.
Quanto mais cedo é dado o alerta, maior é a chance de evacuação das áreas que serão atingidas, dando aos moradores um tempo precioso para que se desloquem para pontos mais seguros.A chamada zona de subducção de um terremoto normalmente se rompe a uma velocidade de 3 quilômetros por segundo, a profundidades entre 20 e 50 quilômetros. Devido à profundidade, a deformação vertical da crosta é suavizada horizontalmente, causando uma elevação do terreno relativamente pequena – quando esses terremotos ocorrem no oceano, as ondas resultantes podem crescer apenas cerca de 20 centímetros de altura para um evento de magnitude 7,8.Os terremotos causadores de tsunami pertencem a uma classe muito mais rara de terremotos, nos quais a ruptura é mais lenta – de 1 a 1,5 km/s – mas que se propaga até a superfície rochosa, ou seja, até o leito oceânico. Isso causa uma elevação vertical muito maior, resultando em ondas de 10 a 20 metros. Foi isto o que ocorreu no terremoto de Sumatra, com ondas atingindo até 17 metros. Essas características peculiares tornam a simples medição da magnitude do terremoto insuficiente para emitir um alerta de tsunami – um terremoto de pequena magnitude pode causar uma tsunami devastadora.
Detecção de tsunami
O que os cientistas fizeram agora foi desenvolver um algoritmo que detecta a conjunção dessas características dos terremotos causadores de tsunamis – eles são mais lentos, duram mais e têm menos eficiência na irradiação de energia. O RTerg recebe uma notificação de um dos centros de alertas de tsunami cerca de 4 minutos depois da ocorrência do terremoto submarino. Essa notificação fornece ao sistema a localização, profundidade e magnitude aproximados do terremoto. Se o terremoto for considerado de magnitude 6,5 ou superior, leva cerca de um minuto para que os dados de cerca de 150 estações sísmicas ao redor do mundo sejam solicitados e recebidos – tudo é feito automaticamente, por computador.Com base em dados seguros, o sistema usa seu algoritmo para rastrear cada segundo da ruptura e determinar o crescimento incremental de energia, descobrindo se o tremor foi um terremoto de tsunami ou não. Saindo do caminho "Para a maioria dos terremotos de tsunami, a inundação do ambiente costeiro não ocorre até cerca de 30 a 40 minutos após o tremor. Então nós vamos ter cerca de 20 a 30 minutos para enviar as informações para um sistema de alerta automático ou para as autoridades," disse Andrew Newman, um dos criadores do RTerg. "Isso nos dá um período significativo de tempo para que as pessoas saiam do caminho."
(Portal Revista Segurança e CIA/SP – 18/03/2011)
Origem: http://www.abese.org.br/clipping21-03-2011/
Engº Marcelo Peres
mpperes@guiadocftv.com.br
Editor do Guia do CFTV
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