A sonda desenvolvida pela Nasa, a agência espacial dos Estados Unidos, viajou 480 milhões de quilômetros, entrou em Marte a uma velocidade de quase 20 mil km/h e, depois de oito meses, fez um pouso bem-sucedido no Planeta Vermelho.
Foi uma façanha e tanto da engenharia espacial, mas por que um dispositivo tão sofisticado enviou suas primeiras imagens com qualidade tão baixa?
A Nasa compartilhou duas imagens do local onde o Perseverance aterrissou, na cratera Jazero em Marte: “Olá, mundo. Meu primeiro olhar em minha casa para sempre”, disse a agência no Twitter.
De baixa qualidade e em preto e branco, os registros mostram o terreno da cratera, essas imagens foram as primeiras, de baixa resolução, mas logo depois a Nasa divulgou novas fotos, dessa vez, com maior qualidade e coloridas.
Câmeras de condução
Envio de imagens
O Perseverance tem três antenas instaladas, cada uma com tecnologias e usos diferentes que servem de “ouvidos” e “voz” para o robô.
A antena de Frequência Ultra-Alta (UHF) é o elo de comunicação com a Terra.
Essa comunicação não é direta, mas seu sinal é enviado para orbitadores da NASA posicionados nas proximidades de Marte. De lá, os sinais são encaminhados para os centros de controle da missão na Terra.
“Em geral, um sinal de rádio leva entre cinco e 20 minutos para percorrer a distância entre Marte e a Terra”, dependendo da posição dos dois planetas.
Missão
O Perseverance buscará evidências de vidas passadas em Marte e coletará amostras de rochas que serão devolvidas à Terra em uma missão futura.
Ele também testará tecnologias pioneiras que serão a chave para uma futura presença humana no Planeta Vermelho.
É a busca mais ambiciosa da Nasa por vida em Marte desde os anos 1970.
“O foco mais recente da Nasa tem sido explorar ambientes antigos, porque os dados que temos sugerem que o planeta era mais habitável durante seu primeiro bilhão de anos”, diz um dos líderes da missão, Ken Williford, à BBC.
O Perseverance carrega consigo instrumentos científicos que serão capazes de pesquisar vestígios químicos de vida nas rochas marcianas. Estes podem incluir compostos orgânicos, o que significa que contêm carbono.
O robô também poderá procurar sinais visuais de biologia, como comunidades microbianas fossilizadas.
João Marcelo de Assis Peres
joao.marcelo@guiadocftv.com.br
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