Boné espião, hacker e câmeras: tecnologia vai do crime à investigação
Recursos tecnológicos marcam as 1.250 páginas da operação contra milícia e grupo de extermínio
Boné espião, monitoramento em tempo real, hacker, imagens de circuito interno, interceptação telefônica, arquivos em nuvem. Os recursos tecnológicos marcam as 1.251 páginas do procedimento de investigação criminal que fez a última sexta-feira (dia 27) amanhecer com a operação Omertà, responsável por apurar crime de milícia e grupo de extermínio.
Apontados pela investigação como líderes, foram preso os empresários Jamil Name e Jamil Name Filho. Numa situação contraditória no histórico de crimes de mando, os citados como pistoleiros, sempre localizados com maior facilidade, estão foragidos.
A pedido do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assalto e Sequestros), que lidera investigava execuções em Campo Grande, o Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado) abriu um PIC (Procedimento Criminal Investigatório) em 3 de maio para investigar organização criminosa, porte ilegal de arma de fogo e crimes correlatos.
As interceptações telefônicas dos alvos começaram em 13 de maio. Cinco dias depois, o então guarda municipal Marcelo Rios recebeu ligação do também guarda municipal Rafael Antunes Vieira. O teor do diálogo é que Rios deveria “descer pra cá agora, que o Jamil não gostou, não gostou de nada”. Rios responde que está em Bonito. No fim da tarde, é Marcelo Rios que liga para Rafael e quer saber o motivo da desconfiança do guri (que segundo a investigação é Jamil Name Filho).
O interlocutor diz não saber o motivo, mas que o guri quer as armas. No dia seguinte, um domingo, 19 de maio, Marcelo Rios foi flagrado na rua Rodolfo José Pinho, no bairro Jardim São Bento em Campo Grande, com um carregador de pistola. A rua é a mesma do condomínio onde mora o empresário Jamil Name.
Na sequência, foi apreendido arsenal de guerra na rua José Luís Pereira, no Jardim Monte Líbano. Documento anexado ao procedimento mostra que o imóvel foi comprado em 2017 por Name.
No boné de cor preta, foram separados 133 arquivos de imagens e três vídeos. Uma menção ao processo do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), segundo o Gaeco, indica que o vídeo foi produzido entre dezembro de 2015 e agosto de 2016. Uma das imagens tem um homem de perfil. A investigação traz comparativo de fotografias e identifica a pessoa como Jamil Name.
Origem: Campo Grande News
Sirlei Madruga de Oliveira
sirlei@guiadocftv.com.br
Guia do CFTV
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