Segurança Eletrônica: Insegurança cresce, e setor prevê faturamento de R$ 6,5 bilhões

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Pessoas e empresas investem em equipamentos de prevenção e aquecem o mercado

A insegurança custou ao país no ano passado R$ 365 bilhões, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Somente os gastos com segurança privada e seguros somaram R$ 112 bilhões. Se, por um lado, a falta de segurança significa custos para o cidadão e para as empresas, ao mesmo tempo, negócios são movimentados por ela. O mercado de segurança eletrônica faturou no ano passado R$ 6,04 bilhões no país, alta de 6% frente o ano anterior, conforme a presidente da Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança (Abese), Selma Migliori. Para 2018, a perspectiva é de crescimento de 8%, alcançando R$ 6,5 bilhões.

Em Belo Horizonte, as vendas de produtos da área de segurança na Loja Elétrica tiveram incremento de 80% nos seis primeiros meses do ano frente igual intervalo de 2017, segundo o supervisor técnico da empresa, Renato Arcanjo Brandão. O produto campeão de vendas neste ano é o sistema de monitoramento de câmera. O videomonitoramento chega a representar 42% do faturamento do setor no Brasil, conforme a Abese. 

A empresa tem cerca de mil itens do setor de segurança. Brandão diz que a maioria dos clientes busca a prevenção. “Por volta de 30% a 40% já passaram por situações de violência”, observa. Também na capital mineira, a ESE Segurança – que oferece equipamentos e serviços de monitoramento de segurança 24 horas – está registrando resultados superiores aos do ano passado, segundo o gerente comercial da empresa, Cristiano Greison Costa. A comercialização de alarmes, câmeras e controle de acesso teve alta de 60% a 70% na comparação com o primeiro semestre de 2017.

Os serviços de monitoramento oferecidos pelas empresas também tiveram expansão. No acumulado dos seis primeiros meses do ano passado, a ESE fechou 56 novos contratos, enquanto que, neste ano, foram 93. Atualmente, a ESE conta com 1.200 clientes em Belo Horizonte e região.

Para Costa, o barateamento da tecnologia democratizou o acesso e vem ajudando a incrementar as vendas. “Antigamente, o preço de uma câmera em imagem preto e branco estava na casa dos R$ 800. Hoje, uma câmera com qualidade superior, em alta resolução, já instalada, custa por volta de R$ 250. Do smartphone é possível saber o que está acontecendo na sua casa” observa.

O fotógrafo Felipe Gomes é um dos consumidores de segurança no país. Ele adquiriu em maio um sistema de segurança, que inclui câmeras, sensor de presença e cerca a laser. “No prédio anterior em que eu morava, já tinha. É mais por precaução, assim como o seguro do carro, que já faz parte do orçamento”, conta. O investimento foi de R$ 2.000.

Diretor de locação da Netimóveis, Paulo César de Souza Andrade afirma que um dos requisitos dos clientes na hora de alugar ou comprar um imóvel é justamente a segurança. “Muitas pessoas chegam a visitar o imóvel em horários diferentes para saber como é a vizinhança, se há boa iluminação na rua durante a noite”, diz. Ele observa que, quanto maior o poder aquisitivo, mais o cliente valoriza os itens de segurança.

Polo de tecnologia é referência no país 

Santa Rita do Sapucaí, no Sul de Minas, é conhecida como o “Vale da Eletrônica” por abrigar empresas de tecnologia. São 153 indústrias, sendo que 42 produzem equipamentos de segurança. “Em torno de 70% do mercado de segurança no país é abastecido por produtos do nosso polo”, diz o presidente do Sindicato das Indústrias de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares do Vale da Eletrônica (Sindvel), Roberto de Souza Pinto.

Em torno de 60% do Produto Interno Bruto (PIB) local vem das empresas de tecnologia, que neste ano devem faturar por volta de R$ 3,3 bilhões, conforme o dirigente.

Para Souza Pinto, vários fatores estão ajudando o resultado do polo, entre eles o constante investimento em inovação tecnológica e o barateamento da tecnologia. “Uma pessoa que tem câmeras em casa pode acessar imagens de qualidade pelo celular”, observa. Ele ressalta que, cada vez mais, as pessoas estão investindo em segurança, em especial as que vivem em grandes centros.

Origem: O tempo

Marcelo Peres

mpperes@guiadocftv.com.br

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